A expectativa dos aliados de que o senador Cid Gomes (PDT) e sua ala pedetista iria anunciar a filiação a um novo partido nesta segunda-feira (18) não se confirmou. O político adiou a definição para meados de janeiro do próximo ano. Até lá, o ainda presidente do PDT Ceará pretende estreitar as conversas com a cúpula nacional do PSB e do Podemos.
O senador adiantou que não há uma nova data ainda definida, mas a previsão é de que seja em meados de janeiro. “Espero que possamos resolver até antes disso. Na hora que tivermos uma posição definitiva de sim ou de não iremos convocar, não vou deixar reunião marcada”, afirmou.
Ao reunir aliados para discutir os rumos do grupo político nesta segunda-feira, o senador ouviu a preferência dos aliados para filiação ao PSB. Contudo, Cid reconhece que há arestas a serem aparadas.
“O PSB é uma preferência, eu fiz essa consulta, tem preferência muito ampla por ele, mas não está de todo resolvido. Tem uma questão que é fundamental para o projeto cearense que é a harmonia, a unidade no projeto do Estado que se faz representar na Capital também. Então isso precisa ainda ser equacionado com algumas conversas", disse Cid Gomes.
Cid disse ainda que tem mantido constante diálogo com o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, e já conversou até com o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB). “Vamos conversar com outras lideranças, principalmente as lideranças de Pernambuco, que têm uma grande representação e influência no partido”, adiantou.
“Para que possamos esgotar todas as alternativas, inclusive a preferencial do grupo, nós combinamos de adiar alguns dias”, acrescentou.
Cid disse ainda que seu grupo político tem as “portas abertas” para aderir ao Podemos e reconheceu a legenda como uma “alternativa”. Ele minimizou a presença de “políticos bolsonaristas” na sigla.
“Políticos bolsonaristas você tem em todo lugar, você até se surpreende, às vezes, com um recôndito no fundo da alcova, pessoas que se revelam bolsonaristas enrustidas (...) mas não é maioria do partido, lá no Senado eu convivo, tem uma pessoa só dos sete senadores, embora não se reconheça como bolsonarista, mas defende todas as teses. Na Câmara, o partido faz parte da base de apoio ao presidente Lula. Não é esse o problema”, contra-argumentou o senador.
O senador reforçou que a decisão está entre PSB e Podemos. Ele disse que avaliou os possíveis “problemas” para os prefeitos aderirem a uma ou a outra sigla. “Se a gente for para o Podemos, onde vai ter problema? Só identifiquei um município. Se a gente for para o PSB, onde teremos? Aí tem uma quantidade maior, mas, a meu juízo, são problemas resolvíveis”, concluiu.