O Ministério Público do Ceará (MPCE) denunciou, na última segunda-feira (3), oito homens pelo assassinato do torcedor do Ceará, Ítalo Silva de Lima, de 29 anos, ocorrido no dia 18 de março deste ano. Os acusados seriam torcedores do Fortaleza e teriam cometido o crime devido a rivalidade das torcidas de futebol, segundo as investigações.
Foram denunciados pelo MPCE, por homicídio triplamente qualificado (por motivo torpe, uso de meio cruel e pela circunstância de dificuldade de defesa da vítima), associação criminosa e corrupção de menores (já que um adolescente participou do crime):
- John Patrick Vieira da Silva - preso
- Arão Bouzgaib Varela maia - preso
- Antônio Gemesson Martins da Silva - preso
- Luiz Cláudio Teles Júnior - solto
- Edson Rodrigues Taveira - solto
- Herlon Araújo Barbosa - solto
- Lucas Araújo Barbosa - solto
- Lucas do Espírito Santos Costa - solto
Além de pedir que a Justiça receba a denúncia, o MPCE solicitou a decretação da prisão preventiva, com urgência, dos cinco acusados que continuam soltos. Os pedidos ainda não foram apreciados pelo Poder Judiciário.
Em contrapartida, o Ministério Público decidiu não denunciar Jarlon Santos Queiroz Júnior pelo homicídio, apesar de ele ter sido preso e
indiciado pela Polícia Civil do Ceará (
PC-CE) pelo crime.
A 166ª Promotoria de Justiça de Fortaleza entendeu que Jarlon Santos deve responder pelos crimes de posse ou porte ilegal de arma de fogo e de favorecimento pessoal, junto de John Patrick, em uma nova ação penal, nas Varas Criminais de Maracanaú, já que o primeiro guardou uma arma de fogo e um veículo utilizado no crime, que pertenciam ao segundo homem.
Um décimo suspeito surgiu na investigação: William Maurício de Sousa. Quanto a ele, o MPCE entende que deve responder somente pelo crime de favorecimento pessoal, em uma Vara Criminal de Fortaleza, em razão de ter recebido John Patrick na sua residência enquanto ele se escondia da Polícia, após o homicídio.
RIVALIDADE ENTRE TORCIDAS DE FUTEBOL
Ítalo Silva de Lima era torcedor do Ceará e ia assistir ao jogo do seu time contra o Iguatu, pela semifinal do Campeonato Cearense, na tarde de 18 de março deste ano, quando foi surpreendido por criminosos. Ele se deslocava a pé, junto de outros torcedores alvinegros, segundo a denúncia do MPCE.
Já os acusados seriam integrantes de um setor da Torcida Uniformizada do Fortaleza (TUF), nomeado de Bonde dos Hooligans (CDH). "Apurou-se durante a investigação que o Bonde dos Hollingans-BDH se trata de grupo de pessoas que se reúnem se autoafirmando torcedores do Time do Fortaleza. Contudo, parte desse grupo, dentre eles os réus, sob o pretexto de estarem torcendo por um time de futebol, se associam para praticar crimes diversos, dentre eles dano (vandalismo), lesão corporal, porte ilegal de arma de fogo, homicídio, instigação ao crime, e etc.", definiu o Órgão Acusatório.
Para o MPCE, Ítalo foi morto por "torcer para time de futebol diverso do que torcem os réus". "Sendo que a dinâmica dos fatos denota desprezo à vida, dado os réus saíram em grupo/comboio já com a intensão premeditada de abordarem aleatoriamente qualquer torcedor do time Ceará", concluiu.