"Eu não sabia que isso acontecia com outras meninas", disse uma das vítimas ouvida pela reportagem. A PCCE foi questionada sobre quantos depoimentos já colheu nesta investigação, mas disse apenas seguir investigando o caso, sem poder repassar mais informações neste momento.
A reportagem ouviu vítimas de 16 e 17 anos de idade. Elas afirmam que eram ameaçadas de serem retiradas do time, caso contassem para as demais atletas, amigos ou familiares o que acontecia nos bastidores do treino.
A adolescente de 17 anos destaca que começou a perceber o comportamento das demais atletas e notou que o problema podia ser ainda maior.
"Eu não queria que ela passasse pela mesma coisa que eu passei. Só agora ela me contou que ele também tocou no corpo dela. Eu demorei a sair de lá para não deixar as outras sozinhas, eu tinha medo do que ia acontecer", disse a menina de 16 anos, de identidade preservada.
No último mês de fevereiro, as meninas se reuniram para confrontar o professor. Elas contam que ele pediu perdão e disse que estava "apenas brincando com elas". "Ele disse que a gente ia estragar a carreira dele, a vida dele. Que a gente precisava ter consideração pelo dinheiro que ele gastou com a gente".
Agora, as adolescentes falam que querem ver o suspeito preso e que seguem "assustadas e com medo".
Até esta terça-feira (14) não havia informação se foi expedido ou não mandado de prisão para o professor. "As investigações seguem em andamento pela Delegacia de Combate à Exploração da Criança e do Adolescente (Dececa), unidade da Polícia Civil que realiza diligências e oitivas para elucidar o caso. Outras informações serão repassadas em momento oportuno para não comprometer os trabalhos policiais", conforme a Polícia.