O Centro Educacional Infantil (CEI) Monte Carmelo II, na Zona Leste de São Paulo, está sendo acusado de racismo por uma mãe. O filho de Stephanie Silva, que é negro, foi vestido forçadamente de macaco por professores durante uma festa com o tema de “circo”.
A mãe luta por justiça, mas foi processada pela instituição de ensino depois de abrir um Boletim de Ocorrência pelo ocorrido. A escola afirma que Stephanie está caluniando o CEI por denunciar o incidente, e abriu uma ação na Justiça.
Criança negra foi vestida de macaco em Centro de Educação Infantil na Zona Leste de São Paulo; caso está sendo investigado pela Secretaria Municipal de Educação da Prefeitura de SP
De acordo com entrevista da mãe à Universa, seu filho foi já chegou fantasiado por ela, que vestiu a criança de palhaço para a festa de tema circense organizada pela escola. Acontece que o pequeno voltou com a roupa na mochila. Nas redes sociais da escola é possível ver a criança negra com uma máscara de macaco. Há, inclusive, um vídeo em que professores cantavam “você virou um macaco” para o menino.
O estudante de apenas três anos de idade não tem consciência do simbolismo racista das imagens, mas Stephanie decidiu levar o caso para a Justiça. Ela qualificou a ação promovida pela escola como um “espetáculo de horror”.
“Por que pegar justo um menino negro, que estava com outra fantasia, para vestir de macaco e fazer ele virar o centro das atenções?”, questionou ela em entrevista ao UOL.
A escola não admitiu o erro e tampouco se desculpou pelo ocorrido. Stephanie também alega que não recebeu apoio nas redes sociais após fazer a denúncia.
A Secretaria Municipal de Educação de São Paulo afirmou que irá apurar o quadro e deve redirecionar, com o consentimento da família, o aluno para uma nova escola.
A pasta se pronunciou em nota:
“A cidade de São Paulo tem o compromisso com uma educação antirracista, que visa à valorização da diversidade e compreende que a inclusão de aproximadamente 105 nacionalidades atendidas nas Unidades Educacionais deva ocorrer de forma respeitosa”, diz o comunicado da Secretaria.