No domingo do Dia dos Pais (8), mais um pedido de soltura do incendiário Paulo Roberto da Silva Lima, o Galo, foi negado. Galo foi preso no dia 28 de julho por ter incendiado a estátua de Borba Gato, bandeirante paulista responsável pela interiorização do processo de colonização, situada na Zona Sul de São Paulo. O incêndio aconteceu no dia 24 de julho em uma manifestação contra Bolsonaro e foi um ataque do Revolução Periférica, grupo político-ideológico ao qual pertence o o incendiário. O incendiário se apresentou voluntariamente à Polícia Civil e ficou detido, sendo pronunciada a sua prisão temporária.
Ontem, o advogado de Gato, André Lozano Andrade, tentou mais uma vez conseguir a liberdade do acusado, o que foi negado pelo juiz plantonista Xisto Rangel do Tribunal Regional de São Paulo.
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) tinha aceitado o pedido de soltura do preso que estava sob o regime de prisão provisória. Entretanto, antes da expedição do alvará de soltura, a juíza Gabriela Marques da Silva Bertoli converteu a prisão em preventiva inviabilizando a decisão do STJ.
A decisão do juiz Xisto Rangel se baseou no argumento de combate à impunidade como forma de desestímulo a ações criminosas dessa natureza, defendendo que a soltura do militante incendiário poderia "fatalmente servir de estímulo a que muitos outros que nele se espelham - ou que o glorificam pelo que fizera -, se sintam estimulados à replicação".
A estátua de Borba Gato foi incendiada sob o absurdo argumento de que tal ato criminoso serviria para abrir o debate sobre o papel dos bandeirantes e sobre o racismo, uma vez que a nota lançada pelo movimento não teve nenhuma repercussão junto à sociedade. Nada mais antidemocrático que um grupelho querer impor sua opinião, pela violência, a uma população de 12,33 milhões de pessoas. Todo processo de transformação é resultado da luta de um povo. Foi o povo - e não meia dúzia de ideologizados - que derrubou as estátuas de Stalin no antigo bloco soviético.