Criminoso tenta justificar seu ato como democrático.
Publicada em 31/07/21 às 07:13h - 286 visualizações
Fábio Souza Tavares
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Estátua incendiada (Foto: GABRIEL SCHLICKMANN/ISHOOT/ESTADÃO CONTEÚDO)
Paulo Roberto da Silva Lima, conhecido como Galo, que foi preso quarta-feira (28) por ter participado do incêndio criminoso da estátua de Borba Gato, monumento histórico situado em Santo Amaro, na zona sul de São Paulo, disse que a ação foi para abrir o debate.
O bandeirante Borba Gato faz parte do processo de interiorização da colonização brasileira que avançou através do confronto armado com as populações nativas indígenas e contou com a escravidão de negros.
Segundo Galo, ativista do grupo Revolução Periférica que realizou o ato que resultou no incêndio da estátua no dia 24 e que também era uma manifestação contra o governo Bolsonaro, o vandalismo contra o monumento envolveu 30 pessoas, direta e indiretamente, e foi custeado por uma vaquinha de R$ 500,00.
Ele diz que a estátua só foi incendiada porque a nota que eles lançaram para abrir uma discussão acerca do monumento que o movimento afirma ser símbolo de racismo foi ignorada pela população. O intuito de incendiar foi chamar a atenção para o debate.
Já pensaram se para chamar a atenção para o debate um grupo evangélico se reunisse para atear fogo em uma igreja católica sobre o suposto pretexto de que ao longo da História o catolicismo foi perseguidor ou assassino? Ou se os apoiadores de Bolsonaro queimassem uma sede do PT sob o argumento de que o partido defende ditaduras sanguinárias que cometem crimes contra a humanidade?
O vereador Fernando Holiday (NOVO), de São Paulo, compara o incêndio da estátua de Borba Gato aos atos de destruição de monumentos realizados pelo Estado Islâmico (VEJA O VÍDEO). Também fala que se trata de ataques a um bem público, do povo paulista, e que não se justifica a postura anacrônica de querer julgar a moral de uma época histórica passada através da visão de moralidade que é predominante na atualidade.
Seja como for, quem tem que decidir sobre a permanência ou não desse ou daquele monumento histórico é o conjunto da população através de um debate amplo e verdadeiramente democrático e não a ação de grupelhos ideológicos que nem sequer conseguem abrir um canal de debate com o conjunto da sociedade.
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