O que motivou o assassinato foi a divergência do preço do programa. Segundo o suspeito, a jovem cobrava um valor de R$ 350 no site. Porém, depois do programa, ela teria cobrado R$ 400, o que deu início a uma discussão.
"Vítima estava em situação de prostituição, pois ofereceu seus serviços como profissional do sexo. Essa condição foi admitida pelo réu e atestada por outras evidências testemunhais e materiais colhidas nos autos. Nessa circunstâncias, existe uma situação objetiva de menosprezo a condição do sexo feminino", diz um trecho da denúncia do Minsitério Público.
O MP denunciou o garçom no último dia 13 de novembro, e a acusação foi recebida por meio da juíza da 5ª Vara do Júri de Fortaleza, no mesmo dia. Agora, o réu deve responder à acusação nos autos.
ATUALIZAÇÃO
A defesa do acusado, representada pelo advogado Dayvid Martins Correia, entrou em contato com a reportagem após a publicação da matéria e disse que que Antônio Carlos "não tem nenhum histórico de agressividade, nunca agrediu uma mulher em toda sua vida, tinha conhecido a jovem Bruna Gonçalves horas antes através de um site de acompanhantes de luxo, momentos depois a jovem chegou de Uber na casa do Sr. Antônio Carlos".
VEJA NOTA:
"A defesa do Sr. Antônio Carlos esclarece que seu cliente encontra-se em estado de choque no presídio em razão dos acontecimentos. No dia do ocorrido, o Sr. Antônio Carlos e a jovem Bruna Gonçalves, fizeram uso de cocaína no inicio da manhã daquele fatídico dia, onde o mesmo ficou possuído e não tiveram nenhuma relação sexual por divergência nos valores cobrados pela jovem.
A defesa esclarece que a jovem já dentro da casa e antes das agressões fez uma chamada de vídeo com uma colega até o momento desconhecida, e no teor da conversa fazia uso de ameaças que iria matar Antônio Carlos e humilhou através de palavras, chamando o mesmo de pobre e que sua casa era de pobre, tudo após saber que faltava parte do dinheiro para completar o valor cobrado pelo programa, momento esse que Antônio Carlos ficou desesperado com as ameaças.
Afirma o Sr. Antônio Carlos, por sua defesa, que desde o ocorrido se colocou imediatamente à disposição das autoridades policiais, e tem colaborado com a apuração da verdade, solicitando as diligencias necessárias a elucidação dos fatos e consequente busca pela justiça".
Um relatório do 2º Distrito Policial (Meireles), obtido pelo Diário do Nordeste, aponta que Bruna Gonçalves foi assassinada a facadas em um imóvel, em uma vila de casas, no bairro Mucuripe, na manhã do dia 26 de outubro de 2024. Moradores ouviram os gritos da vítima e acionaram a Polícia Militar do Ceará (PMCE).
Os policiais militares já encontraram a mulher morta, enquanto o suspeito tentava fugir. Antônio Carlos tinha sangue nos braços, no rosto e na roupa, quando foi detido pelos PMs no quintal de outra casa. "Fui eu", assumiu o suspeito, ao se entregar.
Antônio contou, ao ser interrogado no 2º DP, que marcou um encontro com a mulher por um site de acompanhantes e ela foi ao seu encontro.
Ao voltar para casa, o garçom afirma que teria sido ameaçado de morte, por não ter dinheiro para pagar a jovem, conforme a versão do preso. Antônio Carlos disse em depoimento que "agiu por impulso e medo" para pegar uma faca e esfaquear a mulher várias vezes.