Este ano, o Ceará bateu recorde em relação ao assassinato de policiais. Até o dia 26 de maio, já haviam dez policiais mortos.
Ontem (13.07) à tarde, no bairro Marechal Rondon, em Caucaia, Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), o PM David dos Santos Silva, de 30 anos, foi assassinado por membros de uma facção. Natural de São Caetano do Sul/SP, o policial havia ingressado na corporação há 2 anos e era lotado no pelotão de motos do 1º Comando Regional de Policiamento Militar (1º CRPM), em Fortaleza.
Para complementar a renda familiar, David vendia e entregava suplementos. E foi a caminho de uma entrega que o policial foi cercado e surpreendido.
Levando tiros que desfiguraram seu rosto e um golpe de machado que tinha por intenção o degolar, o praça não resistiu e morreu no local. Os faccionados comemoraram a morte de David com muitos fogos de artifício na Jurema e no próprio Marechal Rondon.
Segundo informações, David teria sido reconhecido pelos narcotraficantes. Daí não se tratar de um mero assalto. Outra versão diz que o PM teria sido chamado para fazer a entrega de suplementos pelos próprios faccionados, ou seja, foi chamado ao cheiro do queijo.
Caucaia é atualmente um município dominado pela facção TDN - também chamada de Massa, Massa Carcerária, Neutros, Comando da Laje e Tropa do Mago - que nas eleições de 2022 colocou o L e a foto de Lula em uma de suas páginas do YouTube.
A TDN também tem um peso considerável em Fortaleza, particularmente na Grande Messejana, e irradia sua força pelas cidades litorâneas e pelo interior do Ceará. Sua rápida expansão se deu no governo Camilo Santana (PT) e agora continua no governo Elmano de Freitas (PT).
Assim como a TDN, as demais facções dominam um cenário onde a inversão de valores promovida pela subversão ideológica domina vários espaços institucionais da nossa sociedade. Sob o pretexto de defesa dos direitos humanos, narcotraficantes são tratados como cidadãos de luxo pela Justiça e por governos identificados com as suas demandas.
Enquanto isso, o crime organizado força pequenos comerciantes dos bairros a viverem atrás de grades para tentar minimizar o impacto dos assaltos e expulsa famílias de trabalhadores de suas casas humildes forçando-as a viver nas ruas, praças ou embaixo de pontes. Some-se a isso os assassinatos selvagens de adolescentes que são mutilados por facões, apedrejados e golpeados por pauladas.
Nesse contexto, o policial honesto vive em um verdadeiro inferno. Enquanto os narcotraficantes possuem todos os direitos ofertados pelas instituições governamentais do estado, policiais que mataram criminosos em confronto e que foram presos têm a análise de seus casos paralisada levando a um engessamento de suas defesas. Não se trata, aqui, de dizer que os criminosos não têm direitos. Trata-se, entretanto, de dizer que os direitos dos policiais têm que ser assegurados. Ou esses profissionais não são humanos?
O assassinato de David e as centenas de fogos de artifício soltados pelos faccionados para comemorar a morte de mais um PM ilustram bem a caótica situação da Segurança Pública cearense. Enquanto a família do praça chora, os bandidos fazem festa.