O Ministério Público do Ceará (MPCE) denunciou nessa quarta-feira (5) o garçom Antônio Charlan Rocha Souza pelo homicídio do vereador César Araújo Veras e tentativa de homicídio contra outros dois homens. De acordo com o MP, o crime foi praticado por motivo fútil e com recurso que impossibilitou a defesa das vítimas.
Por meio da 2ª Promotoria de Justiça de Camocim, o órgão pede que o garçom seja processado e julgado, "a fim de que, ao cabo da ação penal, sejam-lhe impostas as justas sanções legais". Agora, cabe a Justiça aceitar ou não a denúncia.
O vereador foi assassinado a facadas na cidade de Camocim, Interior do Ceará, no dia 28 de abril de 2024. Houve perseguição policial na CE-085 para capturar o suspeito.
Quando policiais militares localizaram o carro onde Charlan estava, ele teria parado o automóvel e descido com as mãos levantadas, gritando: "foi eu, foi eu, a faca tá dentro do carro" (sic).
A defesa do acusado não foi localizada
A assistência de acusação, formada pelos advogados Leandro Vasques e Glaubeson Santos, que representam Ana Carolina Veras, viúva do vereador César Veras, afirma que "o oferecimento da denúncia descortina o início da marcha processual e inaugura a oportunidade dos familiares das vítimas postularem a habilitação para atuarem como assistentes da acusação que é o que faremos agora".
Por volta de 13h, o garçom trabalhava em uma churrascaria em Camocim e "motivado por descontentamentos com suas condições de trabalho e chateado por zombarias perpetradas por alguns colegas, decidiu apoderar-se de uma faca com lâmina de trinta e um centímetros usada pelo barman do restaurante para cortar frutas utilizadas na elaboração de coquetéis", diz trecho da denúncia do MPCE.
Em seguida, escondeu a faca e esperou que César Araújo mudasse para outra mesa junto aos demais familiares da vítima.
Quando o vereador se acomodou em outra cadeira, "Charlan, aproximou-se sorrateiramente de César Veras por trás e efetuou um corte no pescoço da aludida vítima, que resultou no rompimento da artéria carótida".
O acusado foi até a segunda vítima e também tentou cortar o pescoço dela. Charlan também teria tentado esfaquear o proprietário da churrascaria.
As outras duas vítimas foram transferidas a um hospital em Sobral e sobreviveram.
"O delatado deixou o estabelecimento, ingressou no seu veículo que estava estacionado logo em frente e empreendeu fuga. Ocorre que, quando passava nas imediações do Quartel da Polícia Militar, Charlan cruzou com uma viatura e recebeu ordem de parada emanada dos castrenses, mas decidiu ignorá-la e passou a imprimir alta velocidade no veículo no sentido da saída de Camocim", segundo a denúncia. Já na CE-085 ele se rendeu.