Uma operação contra golpes milionários no mercado financeiro no Ceará e em outros três estados foi deflagrada nesta quinta-feira (16) pela Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE), com mandados de busca e apreensão em Juazeiro do Norte. Foram apreendidos veículos de luxo e bloqueadas contas bancárias de quatro pessoas.
Os membros do grupo se apresentavam nas redes sociais como "traders" (investidores do mercado financeiro) e prometiam ganhos acima do mercado em investimentos para vender cursos. Eles são investigados por estelionato, crimes contra a economia popular e contra o consumidor e lavagem de dinheiro.
A ofensiva iniciou em janeiro, quando o Núcleo Avançado de Inteligência (NAI) da Delegacia Regional de Juazeiro do Norte soube de um homem, residente de Juazeiro do Norte, no Cariri, que fazia falsas promessas financeiras na internet. Foi verificado que ele não tinha autorização da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para atuar e também vendia robôs automatizados de operações binárias de compra e venda de ações sem certificação do Banco Central ou da CVM.
Os outros alvos são dos estados de Goiás, São Paulo e São Catarina. A força-tarefa foi intitulada de Saqqara, em alusão a primeira pirâmide escalonada do mundo, no Egito.
SUSPEITO OSTENTAVA VIDA DE LUXO NO CARIRI
A operação desvendou que o alvo de Juazeiro ostentava carros de luxo e vivia com dinheiro de supostos lucros obtidos em operações na bolsa de valores. Ele vendia um curso de uma empresa sediada em Balneário Camboriú, em Santa Catarina, que era a responsável por receber pagamentos, que chegaram a um montante de cerca de R$ 1 milhão.
As vítimas do golpe ainda deveriam aguardar oito dias para acessar o curso, em uma manobra feita para que eles não se arrependessem da compra e pedissem reembolso. Conforme o Código do Consumidor, as pessoas têm até sete dias para solicitar ressarcimento.
Os compradores do curso ainda eram orientados a abrir contas em corretoras de investimentos. Uma dessas empresas era, inclusive, proibida de captar clientes em solo brasileiro de maneira direta ou indireta, por conta de uma vedação da CVM.