O delegado Bruno França Ferreira, da divisão de homicídios responsável pelo caso da chacina de uma família em Sorriso, no Mato Grosso, concluiu o inquérito do caso e definiu a cena do crime como brutal.
Ele disse ainda que o cenário marcará a vida de todos os policiais e peritos envolvidos na apuração do caso, que chocou a cidade.
Cleci Calvi Cardoso, de 46 anos, e as filhas Miliane Calvi Cardoso, de 19, Manuela Calvi Cardoso, de 12 anos, e Melissa Gabriela Cardoso, de 10 anos, foram encontradas mortas, com diversos ferimentos no corpo, dentro da casa da família na manhã de 27 de novembro, no bairro Florais da Mata, em Sorriso.
A Polícia Militar foi acionada pelo marido de Cleci Cardoso e pai de Miliane, Manuela e Melissa, que estava viajando a trabalho e não conseguiu contato com a mulher e as filhas. Ao chegarem à residência da família, policiais chamaram pelas moradoras, mas não obtiveram resposta.
O auto confesso, Gilberto Rodrigues, foi preso em flagrante na mesma manhã. Ele trabalhava em uma obra próxima à residência da família Cardoso e observou as vítimas antes de cometer os crimes. Ele invadiu a casa na sexta-feira à noite, 24 de novembro, e, quando foi confrontado pela mãe, que tentou defender a família, matou Cleci e depois as três filhas dela, cometendo em seguida o estupro contra três das quatro vítimas. Com o criminoso, a Polícia Civil encontrou uma peça íntima de uma das vítimas.
Ele foi indiciado quatro vezes por homicídio, com as seguintes qualificadoras: meio cruel, recurso que impossibilitou a defesa da vítima, garantir a execução de outro crime e menosprezo à condição de mulher (feminicídio).
Contra as vítimas menores de 18 anos, os homicídios receberam mais uma qualificadora, que é de crime cometido contra menor de 14 anos, previsto na Lei Henry Borel. Além dos homicídios qualificados, Gilberto foi indiciado pelos crimes de estupro contra duas vítimas adultas e estupro de vulnerável contra a vítima de 12 anos.
O lado pericial de confronto genético apontou positivo para o DNA do criminoso em uma das vítimas que sofreu o estupro, a menina de 12 anos. Os demais laudos periciais ainda estão em fase de conclusão pela perícia oficial.