No retorno do pós-operatório, ela denuncia que foi novamente abusada pelo profissional. A mulher detalhou que a cirurgia infeccionou e diz estar viva "por um milagre". "Ele quase me matou, quase tirou a minha vida".
Uma segunda paciente fez um relato semelhante. Ela diz ter sido abusada após uma cirurgia de hemorroida, realizada em agosto de 2022. "Estava ainda grogue por causa da anestesia, mas lembro, em flashs, dele me colocando de bruços na maca e minha cabeça batendo na parede. Vomitei. Depois de um tempo, vi que ele limpava o pênis em uma pia ao lado da maca", narrou em entrevista ao portal Metrópoles.
"Ele me abusou no local onde havia feito a cirurgia [no ânus]. Fui em seguida na delegacia para registrar boletim de ocorrência."
Após a violência, a mulher procurou a 5ª Delegacia de Defesa da Mulher para denunciar o caso. Ela levou a roupa que estava vestindo durante o procedimento, e as peças foram recolhidas para perícia.
Os laudos deram negativo, mas a vítima percebeu que não havia sido colhida a mostra de sêmen da calcinha dela. Então, ela foi até a unidade policial e, no local, disse ter sido "humilhada" por duas escrivãs. A calcinha foi encontrada, analisada e, mais de um ano depois, após cobrança do MPSP, o laudo pericial foi entregue. O resultado do documento deu positivo para a presença de sêmen.
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP) lamentou "o atendimento recebido pela vítima" na delegacia e disse que foi instaurado um inquérito na Corregedoria para investigar a conduta das agentes de segurança. No comunicado, ainda ressaltou que "todos os laudos periciais, incluindo os das roupas íntimas, foram concluídos e anexados ao inquérito policial".
A defesa do homem ainda não se manifestou sobre o caso, conforme o portal Uol.