Foi com tristeza indisfarçável que recebi hoje (20.09) pela manhã a notícia do encerramento das atividades do Folha da Manhã, jornal de maior longevidade em Juazeiro do Norte/CE, diário que, até este dia, levou informação de qualidade à população juazeirense.
Com 30 anos de existência, encerra-se o diário fundado, editado e escrito por Francisco Demontieux Fernandes, o Demontier Cinquentinha, alcunha pela qual ficou conhecido do grande público em virtude de suas sucessivas candidaturas ao Executivo municipal local.
Coerente e situado, Demontieux soube levar para as suas páginas a luta do povo e os assuntos de grande relevância da nossa região. Com o generoso senso da gratidão, não deixou de agradecer a quatro grandes nomes que foram de grande importância para a história do jornal: "o fazendário Jucier Fernandes, que apoiou integralmente este projeto, o contador João Batista Siqueira Doudou, pela assessoria técnica e contábil, o advogado Assis Ferreira, pelas inesquecíveis crônicas, e o empresário José Amâncio de Souza, o Zé da Cajuína, do grupo S. Geraldo, parceiro deste jornal da primeira até a última edição". Assim escreveu Demontieux em tom de vitoriosa despedida.
Vitoriosa, pois são três décadas, embora alguns dessem pouco mais de três meses de vida ao Folha, como Demontieux mesmo relata: "Era manhã de sol que se prenunciava escaldante, aquele início de segunda-feira, dia 20 de setembro de 1993, quando FOLHA DA MANHÃ pela primeira vez chegava às mãos dos leitores, zerando a ansiedade de curiosos e despertando previsões pessimistas que davam pouco mais de 3 meses de existência para um novo jornal na cidade".
O criador bem explica o encerramento das atividades da criatura. "Em tempos de plataformas digitais, com notícias circulando de forma mais rápida, nossa trajetória se encerra, devido aos elevados custos de produção".
Se tal encerramento é triste para a imprensa, também nos é motivo de júbilo, pois é a coroação de uma trajetória honrosa e de coragem. Não existem pêsames! Evoé, Folha da Manhã!
Mas, para nossa esperança, o Folha não deve morrer, apenas assumir outra forma, outro plano, uma nova dimensão. Como o próprio Demontieux disse, vivemos em "tempos de plataformas digitais". Nesse mundo virtual, a mão tecnológica está aberta para as notícias sobre os acontecimentos reais.