A Associação dos Municípios do Ceará (APRECE) está convocando para o dia 30 uma manifestação em defesa do aumento de 1,5% nos valores do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), 0,5% a menos que o que vinha sendo defendido. É uma manifestação de desespero, uma vez que os municípios perderam mais de 20% do FPM com o presidente Lula.
A ironia da situação é que a absoluta maioria dos prefeitos cearenses que vivia com os cofres cheios durante o governo Bolsonaro votou em Lula que reduziu as verbas das Prefeituras e sequer escuta o choro de seus meninos de recado.
Uma prova disso é o próprio presidente da APRECE. Júnior Menezes, prefeito de Chorozinho que está à frente da entidade estadual, chegou até mesmo a se desfiliar do PDT para apoiar a candidatura de Elmano de Freitas (PT). Agora chora de pires na mão.
Somente sete prefeitos do Ceará apoiaram a reeleição de Bolsonaro: Acilon Gonçalves, prefeito de Eusébio e presidente regional (estadual) do PL, Glêdson Bezerra (PODE) de Juazeiro do Norte, Jonas Muniz (Cruz), Marquinhos Tavares (Itaitinga), Ricardo Silveira (Quixadá) e Valdi Coutinho (Independência).
Mais de 2.000 prefeitos do Brasil já estiveram no Congresso Nacional expondo a situação crítica e reivindicando uma solução para o FPM. Mas o governo Lula sequer manteve um diálogo cordial com os representantes desses chefes do Executivo.
Apesar da contradição que envolve essa manifestação do dia 30, é interessante que ela aconteça e venha com força, pois a perda do FPM prejudica não só aos prefeitos lulopetistas responsáveis por essa situação, mas a todas as populações desses municípios.