A acadêmica de direito Francisca Gomes publicou um vídeo no YouTube solicitando ao prefeito de Juazeiro do Norte/CE Glêdson Bezerra (PODE) o retorno do seu filho Carlos Abel Rodrigues da Silva Júnior, de 6 anos, às sessões semanais de terapia individual. A criança foi dispensada pela psicóloga Nayra Gonçalves Bezerra de Menezes que registrou que não havia sinais de autismo na criança, quando laudo recente do psiquiatra infantil Dário Sampaio, profissional com bastante experiência na área, atesta justamente o contrário.
Nayra também alega conflitos com a mãe da criança que levaram ao desgaste da relação terapêutica. Francisca afirma que os conflitos acontecem pelo fato dela "reclamar das coisas erradas" no CAPSi/CAPTEA, o que incomoda tanto a psicóloga quanto a coordenadora do local. Também relaciona a dispensa do seu filho ao fato da demanda de crianças com necessidades especiais ser maior do que a oferta do equipamento de Saúde Infantil em questão, o que já levou à dispensa de várias crianças do atendimento individual semanal, sendo essas transferidas para acompanhamento quinzenal em sessões de grupo.
Francisca diz que a psicóloga Nayra não poderia simplesmente ter dispensado seu filho, pois é uma servidora concursada que ganha o salário de R$ 4.194,00 pago pela população juazeirense para atender as crianças que dela necessitam.
Francisca também atribui a dispensa de crianças pela psicóloga pelo fato dela ter horários em dois outros municípios: atende segunda, terça, quarta-feira e no sábado em seu consultório em Petrolina/PE e tem um contrato de 20 h em Ouricuri/PE. "Como é que uma profissional com o tempo tão preenchido, tão corrido, tá tendo tempo para atender nossas crianças?", pergunta a mãe de Carlos Abel.
Segundo Francisca, tal situação acontece pela omissão da coordenadora Ana Luzia Araújo Tavares que está tão somente preocupada em receber o salário de R$ 2.500,00 da Prefeitura de Juazeiro, enquanto prioriza exclusivamente o seu consultório que se situa no bairro do Rosário, em Barbalha/CE. Daí o verdadeiro motivo, segundo a denunciante, de Ana Luiza quase nunca ser encontrada no CAPSi/CAPTEA nem resolver as demandas necessárias ao bom atendimento das crianças com necessidades especiais. Francisca diz que "a Lei 5118 foi maquiada com a história do CATEA".
Francisca ainda propõe a mudança de coordenação do equipamento de Saúde Infantil e faz uma comparação com o Serviço de Assistência Médica Especializada (SAME). Elogia a atual fase do SAME relacionando-a à mudança de direção.
Por fim, como no início do vídeo, Francisca busca sensibilizar o lado paterno do prefeito juazeirense, uma vez que o mesmo também é um pai "atípico". Conclui pedindo a Glêdson Bezerra providência para o seu caso "porque se fosse com o seu filho o que está acontecendo com o meu e já aconteceu com outras mães, eu tenho certeza que o senhor estaria justamente sentindo o que eu estou sentindo na pele hoje".