Embora o prefeito de Juazeiro do Norte/CE tenha visto sua popularidade cair dia após dia, isso ainda não se refletiu em grandes manifestações de massa. E esse é o principal motivo da força de Glêdson Bezerra (PODE).
Atolado em denúncias de corrupção, envolvido em escândalos na Saúde, na Educação e em outras áreas, o governo municipal tem driblado suas deficiências com o grande peso da mídia, com teatro institucional e um esmerado discurso demagógico onde as promessas que não serão cumpridas alimentam a vã esperança de quem ainda teima em acreditar no inacreditável.
Somente a mobilização permanente do povo poderia mudar essa triste realidade demonstrando claramente sua indignação com as políticas públicas - ou a ausência delas - da gestão político-administrativa de Juazeiro do Norte. Porém, existe um fato: o povo tem medo.
No setor público, o assédio moral e a perseguição política viraram práticas correntes. Os servidores públicos municipais vivem um clima de intranquilidade e os populares se intidam ante a possibilidade de não terem seu remédio liberado, o transporte de suas crianças suspenso, a receita, o exame e a cirurgia não marcadas, o trabalho direcionadamente fiscalizado.
A ausência de mobilização popular é a ausência de uma provocação sadia aos órgãos de controle e fiscalização, é a ausência da afirmação efetiva de que é preciso dar um basta, romper os grilhões, estancar a hemorragia.
"O medo é um preconceito dos nervos. E um preconceito, desfaz-se - basta a simples reflexão", afirmou Machado de Assis. A pergunta é: Quando o povo juazeirense, desnudando-se do medo estéril, compreenderá, através da ação, a força de seu corpo social em movimento?