A greve dos servidores públicos municipais de Juazeiro do Norte/CE foi aprovada em assembleia no dia 24 de maio. Com o prazo de comunicação da greve que o sindicato tem que fazer à Justiça, esperava-se que fosse deflagrada no dia 30 de maio, segunda-feira da semana que abriu o mês de junho.
No dia 7 de junho, duas semanas após a deliberação pela greve, como o Sindicato dos Servidores Municipais de Juazeiro do Norte (SISEMJUN) ainda não a tinha convocado, o Sovaco de Cobra publicou a matéria "Sindicato atrasa greve passando por cima da assembleia de servidores". Na ocasião, o sindicato tinha lançado uma nota chamando o início da greve para o dia 14 de junho, ou seja, três semanas após a assembleia que decidiu pela deflagração do movimento.
Somente um dia depois da matéria do Sovaco de Cobra, ou seja, no dia 8 de junho, o SISEMJUN comunicou o início do movimento grevista.
O curioso é que um dia antes (7 de junho) o governo municipal já tinha lançado um comunicado de que o movimento tinha sido julgado ilegal e que, por isso, descontaria os dias parados dos grevistas. Naquele momento, a Justiça ainda não tinha determinado a ilegalidade do movimento em curso. O que havia, ainda em trâmite, era uma decisão relativa à greve de 2018.
Eis que no primeiro dia da greve, em mais uma coincidência, uma decisão do Tribunal de Justiça determina a ilegalidade do movimento.
A princípio, a diretoria do SISEMJUN disse que manteria a greve, pois naquele momento não recebera ainda a notificação da decisão judicial.
Na última sexta-feira (18.06), após quatro dias de greve, o sindicato realizou uma assembleia na Praça Leandro Bezerra de Menezes (Praça dos Ourives) - mesma praça onde houve a assembleia que votou pela deflagração - que determinou o fim do movimento.
O presidente do sindicato, o enfermeiro Marcelo Alves, disse estar surpreso com a celeridade da Justiça em julgar a ação do governo municipal favorável. Entretanto, não foi a decisão judicial que foi rápida, mas a ação do sindicato que foi lenta, quase parada.
Ao não decretar a greve no dia 30 de maio, o sindicato deu duas semanas para o governo Glêdson Bezerra (PODE) se articular legalmente contra a luta dos servidores. Portanto, o que enterrou a greve foi a postura do SISEMJUN que durante todo esse tempo fez um discurso contrário aos ataques do prefeito contra os servidores e na prática deu condições para que o movimento saísse derrotado.
O SISEMJUN se qualifica enquanto coveiro da luta da classe trabalhadora.