"Ontem (anteontem, 09.05) foi uma verdadeira Via Crucis para obter um atendimento de urgência para o meu filho.
Ele torceu o pé às 4 horas da tarde mas imaginou que fosse algo simples. Mas ai a dor foi só aumentando e ele chegou a desmaiar de dor. Aí ele me ligou às 19 h 30 min. Eu fui lá na casa dele, peguei-o e o levei pra UPA.
Quando chegamos lá, solicitei uma cadeira de rodas. Saiu um senhor que não o identifiquei e já foi gritando: 'Tá tudo lotado, os médicos estão todos ocupados'. Isso ele me disse sem sequer averiguar o caso. Daí não pude entrar porque existe ainda o decreto municipal que proíbe as pessoas entrarem sem máscaras e eu estava sem naquele momento. Meu filho entrou sozinho e foi fazer a ficha. Depois disso, passaram 40 minutos para ser chamado para a triagem, ou seja, a sala de classificação. Era nítido que se tratava de uma suspeita de trauma no pé do menino. Ele entrou na sala de classificação e foi mandado aguardar. Meia hora depois alguém lá de dentro veio me chamar porque ele não estava bem e não podia ficar sozinho.
Me trouxeram uma máscara, mas depois que eu entrei e esperei por uma média de 2 horas, eu me dirigi à sala de classificação e perguntei como ele havia sido classificado. Me responderam que foi na faixa verde. Eu fiquei logo indignado porque o menino estava com dor forte. Todos nós sabemos que, no atendimento via SUS, quando se trata de suspeita de trauma ou dor insuportável tem que ter prioridade. No caso, no mínimo ele deveria ser classificado na faixa amarela.
Depois de 2 horas e 40 minutos de espera e eu ter começado a espalhar a situação nas redes sociais, ele foi chamado ao consultório. Ai mudou tudo, o atendimento passou a ser nota 10, rápido ele foi mandado para a sala de raio X e depois para ser medicado. Após esse feito, ele foi encaminhado para um ortopedista no hospital Estephânia para imobilização do pé.
Quando chegamos lá nos deparamos com tudo fechado. Eu fui à procura de informações e me deparei com uma senhora que prontamente me disse que eu estava enganado, que o setor estava funcionando. Fomos ate lá e ela bateu na porta da sala de imobilização. Aí vi a luz acender e o rapaz saiu após acordar.
Desse ponto pra frente recebi a informação de que não havia ortopedista no plantão da noite, que eu deveria no dia de hoje (ontem, dia 10.04) ir até à Secretaria de Saúde solicitar um atendimento porque não há mais atendimento de urgência nos casos de traumatologia, somente passando pela Secretaria de Saúde. Resumo da ópera: ele fez a imobilização e me devolveu o encaminhamento. Chegamos em casa então às 11 e 45 da noite."