Ontem (03.05), o subinspetor Adalberto da Guarda Civil Metropolitana (GCM) de Juazeiro do Norte/CE usou a tribuna da Câmara de Vereadores para fazer denúncias gravíssimas contra o comando da corporação. As denúncias vão desde licitação ilegítima até porte de arma liberado para um guarda condenado por arrombamento do Fórum Clóvis Beviláqua.
Adalberto, bacharel em Direito e GCM concursado, começou falando sobre a traição do prefeito Glêdson Bezerra (PODE) à categoria mudando de postura e de opinião tão logo assumiu a cadeira do Poder Executivo municipal, esquecendo as promessas de campanha e virando as costas para a Guarda Civil Metropolitana..
Em seguida, falou sobre a licitação na Secretaria de Segurança Pública (SESP), através da GCM, no valor de R$ 6.563.213,75 e direcionada à contratação de equipamentos, serviços e shows artísticos, ou seja, totalmente incompatível com as atribuições institucionais da Guarda Civil Metropolitana que são exclusivamente de Segurança Pública.
Na sequência, Adalberto disse estar sofrendo assédio moral por parte do comandante Josimar e que, em uma reunião fechada e sem registro em ata (Adalberto apresentou um vídeo mostrando a situação), foi comunicado de sua expulsão do Grupo Tático Motorizado (GTM), grupo do qual já foi coordenador e onde entrou através de processo seletivo interno. Ontem mesmo o GCM recebeu a notificação para entregar o fardamento do GTM em até 24 horas.
O motivo de tamanho assédio moral é o que impressiona. Adalberto disse estar passando por essa perseguição porque a ele foi atribuído o vazamento de uma informação que demonstra, através do livro de registro da GCM, que o subinspetor Alexandre, que responde por arrombamento do Fórum Clóvis Beviláqua em um episódio onde foram subtraídas armas de fogo, usou uma pistola da corporação com o consentimento e aval do comando. Mas para que um GCM que não pode ter sequer posse de arma, pela natureza do processo em que é réu, teve o porte de arma ilegalmente garantido. Resposta: Para, à paisana, fazer a segurança do prefeito Glêdson Bezerra na subida do Horto durante a Sexta-Feira Santa (VEJA A FOTO ABAIXO). Ressalte-se que a poucos dias o GCM Alexandre foi condenado no supracitado processo, mas ainda continua nos quadros da corporação.
Os vereadores se pronunciaram condenando o assédio e dizendo que é preciso ter a versão do comandante Josimar. Janu (Republicanos) e Romão França (PTB) ressaltaram também a robustez das provas apresentadas por Adalberto, tendo o primeiro solicitado à Câmara Municipal o envio da documentação e do vídeo apresentados ao Ministério Público.
As denúncias são gravíssimas e fica o espaço aberto para que o comandante Josimar e o subinspetor Alexandre - que foi apontado por alguns colegas de trabalho que o Sovaco de Cobra escutou como uma pessoa "fria" e "perigosa" - possam utilizá-lo.
Parte do livro de registro da GCM que mostra pistola da corporação sendo cautelada para o subinspetor Alexandre (Foto: Reprodução)
Registro do subinspetor fazendo a segurança privada do prefeito Glêdosn Bezerra (PODE) na Sexta-Feira da Paixão (Foto: Reprodução)
Print do site do Tribunal de Justiça que mostra dados do processo do subinspetor (Foto: Reprodução)