Hoje (7) pela manhã aconteceu um ato de desagravo dos servidores públicos municipais da Saúde de Juazeiro do Norte/CE que estão em greve desde segunda-feira (3). A manifestação, realizada na Praça Dirceu Figueiredo, onde se encontra o paço municipal, foi uma resposta dos grevistas a declarações do vice-prefeito Giovanni Sampaio (PSD) veiculadas nas redes sociais onde o mesmo chama os servidores da Saúde de "irresponsáveis" por estarem fazendo greve em um período onde temos um surto de doenças respiratórias epidêmicas e pandêmicas.

Segundo os presentes na manifestação, o movimento grevista agora tende a crescer, pois as falas do prefeito Glêdson Bezerra (PODE) e de Giovanni jogando a população contra o movimento, que é legal e legítimo, fortaleceu o ânimo dos servidores.

Para eles, a greve era inadiável e já prevista, pois fez um ano que os representantes sindicais negociavam as reivindicações das categorias da Saúde junto ao governo municipal sem obter nenhuma resposta satisfatória.

"Foi um ano sem ganho. Ao contrário, perdemos conquistas e ainda tivemos desrespeitada a Lei que estipula nossa carga horária de 30 horas semanais", disse um enfermeiro presente que, por medo de perseguição política, não quis identificar-se.

Os servidores disseram unissonamente que quem é irresponsável é quem ataca os trabalhadores e seus direitos e vive de mentir à população apresentando um Juazeiro do Norte que só existe nos discursos e que está longe da realidade do povo que sofre nas filas com a humilhação da falta de remédios, consultas, exames e cirurgias.

O presidente do SISEMJUN, sindicato dos municipários, argumentou contra uma declaração do vice-prefeito que disse que os sindicalistas afastados das atividades do serviço público para servir exclusivamente ao sindicato custam aos cofres públicos mais de R$ 400 mil por ano. Marcelo disse que o sindicato, por Lei, tem direito a ter nove diretores cedidos e pagos pela Prefeitura, mas que o SISEMJUN só possui hoje quatro diretores nessa condição. Contra-atacou dizendo que Giovanni condena a existências desses sindicalistas legalmente cedidos, mas que nada falou dos 500 comissionados do prefeito Glêdson Bezerra pagos pela população sem realizar nenhum trabalho em prol do Município, pois tem por função simplesmente puxar o saco do prefeito.

As intervenções se seguiram defendendo a unidade do movimento e o seu fortalecimento a partir das próximas atividades que serão propostas. A greve continua por tempo indeterminado e a queda de braço entre servidores da Saúde e governo municipal não tem desfecho garantido.