"Como é que um cidadão desse ganha uma licitação numa cidade tão importante como Juazeiro? Lá na frente, essa empresa não vai cumprir, vai ficar como a que estava, que é a K3." Essas palavras não vieram da Procuradoria de Justiça dos Crimes Contra a Administração Pública (PROCAP) do Ministério Público estadual em Juazeiro do Norte/CE, mas sim de Geraldo Lucena, diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Estado do Ceará (SINTRO/CE), preocupado com a futura situação dos trabalhadores que irão transportar os alunos da rede pública municipal de ensino juazeirense. Segundo ele, "essa empresa não vai ter as mínimas condições de atender a demanda".

Abreu Locações, empresa que ganhou a licitação do transporte escolar juazeirense, fica à Rua Allan Kardec, nº 876-B, no Montese, em uma saleta de um prédio vizinho ao Bradesxo da Rua Alberto Mago, em Fortaleza. "É uma salinha de 3 m² com um 'birozim' e um notebook. E nada mais. E um 'banheirim'. Como é que essa empresa vai cumprir um contrato de prestação de serviços aí no Juazeiro?", perguntou Geraldo a uma rádio juazeirense.

"Tive lá, falei com o senhor Júlio, que é um dos sócios. (...) Essa empresa não tem nenhum ônibus, ela vai sublocar. Esse rapaz que eu falei, esse Júlio, não sabe o que é convenção coletiva, não sabe quanto é o salário dos trabalhadores, não sabe quanto era o vale, não sabe o que era cesta básica. Ele não sabe de nada", continuou Geraldo, preocupado com a situação trabalhista da categoria que representa, em face do contrato assinado entre a Prefeitura juazeirense e a Abreu Locações.

Prefeito Glêdson Bezerra: mais uma demagogia desmascarada

Quando vereador de oposição, Glêdson Bezerra criticava o IMEGI, empresa que estava à frente da administração do Hospital Maternidade São Lucas e da UPA Limoeiro (nossa central da Dipirona). Fez pior. Contratou o IDAB sem licitação e que hoje atrasa os salários dos funcionários e desvia, com a anuência do governo municipal, milhões do dinheiro da Saúde do povo juazeirense.

Quando vereador de oposição, Glêdson Bezerra criticava a MXM, empresa responsável pela limpeza pública. Contratou, em seu lugar, a Revert Pró Ambiental sem licitação beneficiando a Artplast, por baixo dos panos e sem nenhum contrato, com o melhor do lixo reciclável de Juazeiro do Norte, prejudicando os catadores do Lixão. O auxílio temporário criado para alguns catadores não repõe 15% do que deles foi arrancado pelo acordo entre o empresário dono da Revert/Artplast e o governo municipal.

Quando vereador de oposição, Glêdson Bezerra criticava a K3, empresa responsável pelo transporte escolar, solidarizava-se com seus motoristas que tinham salários atrasados e direitos trabalhistas não assistidos. Agora faz pior. Contrata uma empresa, que irá iniciar a prestação de serviços no dia 3 de novembro, que tem como patrimônio "um 'birozim' e um notebook" em uma saleta alugada em um bairro da capital.

Glêdson, o vereador de oposição e candidato a prefeito, não queria quebrar a panela. Queria quebrar apenas a panela de Zé Arnon para montar a sua própria panela com os seus próprios esquemas. Não queria acabar com a corrupção, como muitas vezes disse abraçado aos motoristas da K3, aos trabalhadores da limpeza da MXM e aos profissionais da Saúde do IMEGI. Ele queria era se apropriar dessa corrupção como hoje, vitorioso, assim o faz.

Perguntas à Secretaria de Educação (SEDUC)

Por que contratar os serviços de uma empresa para o transporte escolar se o prefeito propagou por toda a grande mídia juazeirense e pelas redes sociais que comprou 30 ônibus para o Município, sendo que a Prefeitura também já possuía uma frota de ônibus dos quais uma parte foi doada pelo governo Bolsonaro à época da gestão de Arnon? Como assinar contrato com uma empresa sem capital, sem ônibus, sem patrimônio, sem conhecimento de logística e das relações trabalhistas? Quem está por trás dessa empresa? Quem é o laranja e quem é o carrapicho? Qual o compromisso do governo Glêdson Bezerra com os alunos, seus pais e os trabalhadores que realizarão o transporte escolar?

A população juazeirense pode até ser ingênua e cheia de boa vontade, mas não é burra. Estamos enxergando que esse novo esquema do governo Glêdson Bezerra, assim como os anteriores, nada mais é que um CAMBALACHO.