Publicada em 07/08/21 às 07:03h - 438 visualizações
Fábio Souza Tavares
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Lixão de Juazeiro do Norte/CE (Foto: Fábio Souza Tavares)
Catadores do Lixão de Juazeiro do Norte/CE estão passando por uma situação complicada, pois sofrem com uma grande redução na coleta do lixo, o que vem prejudicando o sustento de suas famílias. O Sovaco de Cobra estivemos no local conversando com esses trabalhadores.
Eram mais de 14 horas quando chegamos. O sol quente entrecortado por rasgos de vento nos envolvia com um forte cheiro. Sob o céu aberto e o cheiro fétido, homens e mulheres catando lixo entre os urubus, com máscaras, bonés e camisas com mangas cumpridas. São de bairros, vilas e sítios de Juazeiro do Norte. O Lixão é sua fonte de sobrevivência cotidiana, fonte essa que vem sendo abalada.
Um dos motivos é o aumento do número de trabalhadores no local levados pelo desemprego resultante das medidas dos decretos que paralisaram a economia e causaram inflação e falências. O segundo motivo foi a chegada da Revert Pró Ambiental que, segundo os catadores, fica com a melhor parte do lixo. A Revert, contratada recentemente sem licitação ao valor aproximado de R$ 2,5 milhões, é uma empresa do mesmo proprietário da Arplast que é uma indústria de reciclagem situada à Avenida do Agricultor.
Assim, além do dinheiro que recebe pela coleta, poda e capinação, a Revert também fica com a melhor parte do lixo que é destinada à outra empresa do seu proprietário aumentando a rentabilidade do negócio. Com isso, os catadores ficam no prejuízo.
O lixo de grandes atacadões que vinha para o Lixão já não chega mais ao local. Segundo os catadores, sua renda diária de R$ 100,00 caiu para R$ 30,00. Os caminhões antes começavam a chegar cinco, seis horas da manhã, e hoje chegam a partir das dez horas. O aumento do número de pessoas no local e a considerável diminuição do lixo, já que a parte mais aproveitável é direcionada à Arplast, tem provocado um problema aos trabalhadores daquele equipamento insalubre.
Os catadores esperam receber um benefício do governo municipal, já que, segundo o vice-presidente da Associação dos Catadores do Lixão, José Lucas, somente 8 catadores de Juazeiro do Norte foram beneficiados pelo governo estadual. Segundo ele, na ocasião em que o prefeito e sua comitiva estiveram no local, Glêdson Bezerra prometeu auxílio a 600 catadores, mas hoje só fala em 180. Mesmo assim, até agora nada foi feito.
Diante da situação, os catadores do Lixão pedem socorro.
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