Esmeraldina mora no Horto, bairro de Juazeiro do Norte/CE onde se situa a ladeira que dá acesso à estátua do Padre Cícero e onde se situa a própria estátua. É uma guerreira que todos os dias luta pelo direito a uma saúde de qualidade para sua filhinha Ariele, uma menina linda de cinco anos que tem paralisia cerebral. Esmeraldina leva sua filha a sessões de terapia gratuita na UniLeão, mas precisou entrar na Justiça para conseguir a complementação do tratamento dela, pois o governo municipal se negava a oferecer esse direito básico. Mesmo assim, sofre muito com a falta de transporte. O que a Prefeitura disponibiliza é precário e não atende a suas necessidades de locomoção.
Assim como Esmeraldina, Ana Carla, que mora no Aeroporto e tem um filho com hidrocefalia, também sofre com a falta de oferta decente de transporte pela Secretaria de Saúde (SESAU) de Juazeiro do Norte.
Francisca Gomes, assim como Esmeraldina e Ana Carla, é outra guerreira. Seu filho tem Transtorno do Espectro Autista (TEA) e Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) leve e sofre com a falta de profissionais no Centro de Atenção Psicossocial Infanto Juvenil José Francisco Filho (Seu Mocinho) (CAPSi), situado já próximo ao município de Barbalha. A falta de transporte também lhe atinge. Ela lamenta a distância e as condições físicas do CAPSi. Francisca, acadêmica de Direito, tem um grupo de mães que luta por melhorias no atendimento da SESAU para seus filhos. Já falou três vezes no púlpito da Câmara Municipal, sendo ontem (3), inclusive, a sua terceira vez. É uma porta-voz dessa luta cotidiana de todas as mães que têm crianças com necessidades especiais.
Ao longo do primeiro semestre, o Sovaco de Cobra fez quatro reportagens com essas lutadoras. Agora, tomei conhecimento de um novo grupo de 27 mães, atendidas (ou mal atendidas, como queira) pelo CAPSi. Esse grupo entregou uma lista de reivindicações à SESAU e várias mães gravaram vídeos denunciando a situação grave do equipamento e apelando e reivindicando medidas concretas ao prefeito Glêdson Bezerra que desde março prometeu resolver a situação e até agora nada, a não ser medidas paliativas.
O Sovaco de Cobra fez uma compilação de vídeos (VEJA O VÍDEO) gravados por essas mães e veiculados nas redes sociais onde reivindicam ao Município profissionais diversos da área de Saúde para atender suas crianças, bem como medicamentos - a falta é constante -, cirurgias - existem mães que esperam um ano e dois anos por uma cirurgia para suas crianças -, transporte, fraldas e uma nova sede para o CAPSi que além de ser muito distante tem uma estrutura física totalmente incompatível com as necessidades da clientela infantil.
Quando fizemos a matéria sobre o psiquiatra fantasma do CAPSi que ganha R$ 8.000,00 em um dos contratos que possui com a Prefeitura sem nunca ter ido lá, a repercussão que a informação produziu foi tão grande que a SESAU lançou nota tentando explicar o inexplicável. O próprio psiquiatra infantil,, em áudio divulgado nas redes sociais, disse que era uma fake news com intuito de prejudicar o prefeito. Ora! Não se pode inverter a realidade. As únicas prejudicadas, nesse caso, são as mães e suas crianças que sofrem com a prevaricação irresponsável de um governo municipal insensível e dissimulado.
Chegou a hora, prefeito Glêdson Bezerra. Não tem mais como enrolar. Discursos vazios não transformam a realidade. As mães, alicerçadas em seus direitos, querem ações concretas. Chega de prevaricação!
Sou mãe do caps ,e vdd seja dita.Tudo mudou no caps com a nova administração.Nao sou de partido algum Mas sou mãe e usuário da entidade