No último dia 7, terça-feira da semana passada, o Diário Oficial do Município (DOM) publicou a exoneração de Helani Pereira da Ressureição, então assessora parlamentar do vereador Márcio Joias (PRD), trazendo novamente à tona as denúncias da existência de servidores fantasmas na Câmara Municipal de Juazeiro do Norte.
Helani, que estava lotada na assessoria parlamentar (DAS-3) de Márcio Joias, é sua cunhada, o que configura um claro caso de nepotismo. Além disso, o seu marido Rui Neto e, consequentemente, concunhado do vereador, continua como assessor parlamentar (DAS-3) na folha de pagamento da Câmara juazeirense.
Márcio Joias, que é um dos vereadores de oposição que mais denunciam o prefeito Glêdson Bezerra (PODE), é réu em ações e, inclusive, recentemente foi afastado do Legislativo por 190 dias devido à determinação judicial baseada em uma investigação movida contra o supracitado edil. Ou seja, É telhado de vidro querendo ser baladeira.
A exoneração de Helani foi motivada por uma denúncia junto ao Ministério Público estadual. Uma denúncia que se cruza com as denúncias sobre a existência de fantasmas no que deveria ser a Casa do Povo. A pergunta é: O povo juazeirense concorda com fantasmas nesta Casa que dizem ser sua?
Excetuando-se os 7 cargos do Departamento Legislativo e os próprios vereadores que são agentes políticos, hoje a Câmara juazeirense tem 203 assessores parlamentares, ou seja, mais de 2/3 dos servidores estão diretamente a serviço dos vereadores. Como dizem e redizem que cada vereador só tem direito a 7 assessorias, a pergunta continua a reverberar: Onde estão os outros 56? Bem, como agora a senhora Heleni foi exonerada a pergunta deve ser: Onde estão os outros 55 vereadores? Isso se não tiver sido nomeado um outro para ocupar o lugar da servidora exonerada.
O excesso de assessores justifica a recomendação do MPCE para que seja instalado uma frequência digital no parlamento local, o que poderá provocar um superpovoamento do prédio da Câmara.
Mesmo que seja implantada essa frequência, a questão central é a quantidade exorbitante de assessores que ultrapassa o designado pela Lei. É preciso que a Câmara Municipal forneça ao Ministério Público a relação completa dos 203 ou 202 assessores com suas respectivas lotações para que, assim, a sociedade juazeirense saiba quais são os vereadores que estão com excesso em suas assessorias. Afinal, quem paga o salário deles são os contribuintes juazeirenses.