A 1 hora, 12 minutos e 47 segundos da sessão legislativa de terça-feira (30.04) na Câmara Municipal de Juazeiro do Norte, o Capitão Vieira (MDB) disse que as funções da assessoria parlamentar são remuneradas apenas com um salário mínimo, o que não é verdade.

O salário base do assessor DAS 3 é realmente R$ 1.412,00. Entretanto, quase metade dos 203 assessores parlamentares (uma média de quase 10 para cada vereador) recebe mais que o mínimo. Esses representam outras funções na assessoria parlamentar como, por exemplo, o assessor especial parlamentar DAS2 e o secretário especial parlamentar.

São 94 assessores que ganham mais de um salário mínimo, sendo 1 com um salário de R$ 1.500,00, 45 com um salário de R$ 2.000,00, 20 com um salário de R$ 2.500,00 e 28 ganhando R$ 3.500,00.

Ao revelar apenas o salário base da categoria da assessoria parlamentar que menos ganha, Capitão Vieira escondeu a verdade do povo. Mas o Portal da Transparência está aí para provar. Com o pagamento desses salários, a Câmara Municipal, com o dinheiro dos contribuintes repassado através do duodécimo, vai gastar R$ 4.839.504,00 (quatro milhões, oitocentos e trinta e nove mil, quinhentos e quatro reais) em 2024, levando em consideração que não haja nenhum aumento na folha dos servidores.

Servidor tem que receber a contento para bem desempenhar a sua função. O que se questiona é a grande quantidade de servidores da assessoria parlamentar que são cargos de indicação política e pessoal e que contabilizam um pouco mais de 2/3 de todos os servidores do parlamento juazeirense. Ou seja, de cada três servidores, 2 estão na assessoria parlamentar.

Para resolver essa situação, o presidente Capitão Vieira, em vez de mostrar o rabo do rato e esconder o resto do corpo do roedor, deve publicizar a Lei que trata dos assessores da Casa, colocá-la a serviço da população. Fazendo isso, todas as dúvidas seriam sanadas e a própria população saberia se a Câmara Municipal juazeirense tem fantasmas ou não, se cumpre a LEGISLAÇÃO ou passa por cima dela.

Portanto, a palavra é TRANSPARÊNCIA. Sem ela, o Ministério Público tem que atuar para fazê-la existir.