Entretanto, em se tratando da Argentina, o bloco esquerdista, que pretende ser um contraponto ao G-7, não terá êxito. Isso porque a direita argentina, que tem ampla possibilidade de ocupar a cadeira da Presidência em dezembro, tornará qualquer iniciativa de entrada nos BRICS sem efeito.
Javier Milei, da Coligação A Liberdade Avança, e Patricia Bullrich, da Coligação Juntos Pela Mudança, candidatos presidenciáveis da direita argentina que lideraram a votação nas primárias eleitorais no País (Milei com 30,04% e Bullrich com 28,27%), afirmaram que não permitirão a entrada da Argentina no bloco.
"Nosso alinhamento de geopolítica é com os Estados Unidos e com Israel. Essa é nossa política internacional. Não vamos nos alinhar com comunistas", deixou bem claro Milei que também disse que não vai "promover negócios com comunistas porque não respeitam os parâmetros básicos de livre comércio, liberdade e democracia".
Já Bullrich disse enfaticamente que "A Argentina, sob nosso governo, não vai ficar nos BRICS".
As declarações foram dadas em uma conferência da organização empresarial estadunidense Council of Americas que reuniu lideranças governistas e oposicionistas em Buenos Aires.
Com aproximadamente 60% dos votos válidos, Milei e Bullrich possuem uma grande densidade eleitoral para vencer no segundo turno que encontrará uma Argentina mais inflacionada, mais desempregada e mais violenta com o atual governo do presidente de esquerda Alberto Fernández (Partido Justicialista). Ao que tudo demonstra, "los hermanos" não ficarão sob os grilhões do bloco econômico esquerdista.