Com base nesse assunto, o jornal espanhol La Gaceta publicou, na quarta-feira 28, uma reportagem com o seguinte alerta: “As liberdades e o Estado de Direito estão em declínio no Brasil”.
O jornal comparou o caso da rádio brasileira com o fechamento da televisão venezuelana Radio Caracas Televisión (RCTV), em 2007. Na ocasião, o então ditador venezuelano, Hugo Chávez, cassou a concessão da emissora sob a justificativa de a empresa ser “golpista” e “fascista”.
A Jovem Pan foi assunto de capa da Edição 171 da Revista Oeste. “Desde a intervenção da ditadura de Getúlio Vargas contra O Estado de S. Paulo, em abril de 1940, com a entrega da sua direção a um funcionário do governo e a transformação do jornal num boletim de propaganda do ditador, não se tentou no Brasil nenhuma violência contra um órgão de imprensa como a denúncia que o Ministério Público Federal acaba de fazer para punir a Rádio Jovem Pan”, escreveu o colunista J.R. Guzzo.
No Brasil, o MPF acusa a Jovem Pan de “alinhamento à campanha de desinformação que se instalou no país ao longo de 2022 até o início deste ano, com veiculação sistemática, em sua programação, de conteúdos que atentaram contra o regime democrático”.
O jornal europeu afirmou que a medida pode ser interpretada como uma tentativa de influenciar ou manipular a opinião pública, a fim de criar paralelos entre a emissora e uma agenda política específica.
Um dos maiores veículos de comunicação do país, a Jovem Pan completou 80 anos em 2022. Fundada em 1942, a emissora revolucionou as transmissões de rádio, com programas de esportes e com a apresentação de ídolos da MPB.
Em 2007, o que era só áudio passou a ter imagens. A inovação consagrou a Jovem Pan como um veículo multiplataforma.