Um dos três processos relacionados ao esquema de propina da empreiteira Odebrecht pode ser julgado ainda neste ano na Argentina. A Justiça do país iniciou a fase de análise de provas na ação que investiga os casos de corrupção envolvendo a empresa e a ex-presidente Cristina Kirchner.
A Justiça processou Julio De Vido, José López e Roberto Baratta, ex-funcionários do governo argentino na época de Cristina; os ex-diretores da estatal AySA Raúl Biancuzzo e Carlos Ben; e os empresários Carlos Wagner e Aldo Roggio, entre outros.
A Odebrecht, principal alvo da Operação Lava Jato, admitiu ter pago propina de US$ 35 milhões na Argentina. O objetivo da empresa era obter contratos de obras públicas no país.
Segundo o juiz federal Sebastián Casanello, houve um “acordo espúrio entre funcionários públicos e empresários, motivado pelo pagamento de propinas, que implicava concessões indevidas em benefício da contratante e que inevitavelmente resultaram em fraudes contra o Estado, em consequência da administração infiel dos recursos públicos”.
O magistrado argumenta que o grupo formado pelas empresas Odebrecht, Supercemento, Roggio e Cartellone, Camargo Corrêa e Esuco receberam benefícios como obras adicionais, redefinições de preços, adiantamentos financeiros e prorrogações nos prazos de execução.