O homicídio do motorista Tyre Nichols, de 29 anos, revoltou a comunidade negra dos Estados Unidos depois da divulgação de vídeos que mostram 5 policiais da cidade de Memphis, no Tennessee, espancando o homem durante uma abordagem. As agressões foram em 7 de janeiro, mas o funcionário da FedEx morreu 3 dias depois.
O Departamento de Polícia de Memphis, nos Estados Unidos, divulgou 4 vídeos que ultrapassam 1 hora de filmagem. Os policiais, também negros, retiram o motorista de maneira violenta de dentro do carro. O jovem é agredido e xingado pelos agentes, acusados de assassinato em 2º grau, agressão, sequestro, má conduta e opressão.
Tyre chora durante o espancamento e chega a gritar pela mãe. Os policiais Demetrius Haley, Desmond Mills, Jr, Emmitt Martin III, Justin Smith e Tadarrius Bean se revezam para agredir o motorista.
Parte dos policiais presos integram uma unidade especial chamada de Scorpion. O departamento da cidade desativou o grupo depois que o chefe da corporação conversou com familiares de Nichols, líderes comunitários e policiais.
REVOLTA
O caso causou revolta no país. O padrasto de Nichols, Rodney Wells, pediu em entrevista à imprensa norte-americana que os protestos por justiça fossem pacíficos e sem danos: “Isso não é o que Tyre gostaria e isso não vai trazê-lo de volta.”
A mãe de Nichols, RowVaughn Wells, acompanhou o marido em entrevista à imprensa. Ela descreveu o filho como um jovem apaixonado por fotografia, pôr do sol e skate. “Ninguém é perfeito, mas ele chegou perto”, afirmou.
“Tudo o que sei é que meu filho não está mais aqui comigo. Ele não vai passar por aquela porta novamente. […] Ele nunca mais vai entrar e dizer ‘Olá mãe e pai’, porque é isso que ele faria. Nunca mais vou ouvir isso”, lamentou RowVaughn.
Diversas cidades já registraram atos desde 6ª feira (27.jan), como Nova York, Washington DC e Los Angeles. Em Memphis, um grupo chegou a bloquear uma das pontes da cidade durante a manifestação deste sábado (28.jan).
O presidente dos EUA, Joe Biden, se manifestou sobre o caso. “Como muitos, fiquei indignado e profundamente triste ao ver o vídeo horrível do espancamento que resultou na morte de Nichols”, afirmou, em comunicado.
O democrata também usou o momento para cobrar do Congresso a aprovação da lei em homenagem a George Floyd, que prevê reformas policiais. O texto está travado no Senado.