Com a economia em queda livre, com índices de desemprego alarmantes e uma hiperinflação, a Argentina passa por mais uma grave crise de um governo de esquerda.
Com a maior inflação da América Latina no mês de julho, a Argentina está à espera de um milagre. Para o presidente Alberto Fernandéz, o advogado Sergio Massa é o nome do milagre. Empossado no dia 3 de agosto como ministro da Economia, Massa tem a incumbência de retirar o país da profunda crise em que se afoga.
Diante da multiplicação das manifestações da oposição argentina e da própria ruptura entre o presidente Fernandéz e a vice-presidente Cristina Kirchner, um vídeo onde o presidente faz uma declaração surrealista viralizou na internet. Nele, Fernandéz diz que o problema da economia na Argentina é o fato dos argentinos quererem viver mais.
Mais absurda que a situação da Argentina é a da Venezuela que teve sua moeda, o Bolivar, que de Hugo Chávez a Nicolás Maduro já teve 14 zeros cortados, desvalorizado novamente. Mesmo com o discurso governamental de que o país saíra da hiperinflação, no dia 25 de agosto, a moeda sofreu uma nova super desvalorização de 25%.
Seguindo o desastre da economia, o regime político venezuelano também pune implacavelmente a oposição deixando para ela quatro caminhos: a morte, a prisão, o autoexílio ou a atuação clandestina.
Mas não é somente em governos de esquerda que controlam o país há décadas ou que está prestes a terminar o primeiro mandato onde a situação é catastrófica. No Chile, onde o esquerdista Gabriel Boric assumiu a menos de seis meses, a crise também campeia e as manifestações de rua se multiplicam.
Vivendo uma crise política em pleno início de governo, Boric e a esquerda tiveram uma derrota esmagadora neste domingo (05.09) onde a absoluta maioria das pessoas que participaram do plebiscito nacional votaram contra a criação de uma nova Constituição para o Chile.
A proposta de reconstitucionalização, que foi aplicada na Venezuela e consta no programa do PT no Brasil, foi derrotada por mais de 60% dos votos dos mais de 15 milhões de eleitores que compareceram às urnas neste domingo. Assim, a Constituição continua sendo a que foi promulgada durante o governo de Augusto Pinochet.
Vale ressaltar que o voto no Chile não é obrigatório. Domingo agora, a participação dos eleitores foi muito maior que a presenciada no pleito que elegeu Boric presidente.