Um tribunal francês condenou esta quinta-feira (16.12) um antigo motorista de hotel a 14 anos de prisão por cumplicidade no genocídio do Ruanda em 1994. Ele teria transportado milicianos hutus que massacraram centenas de tutsis.
O cidadão franco-ruandês Claude Muhayimana, de 60 anos, foi considerado culpado por cumplicidade no genocídio e em crimes contra a humanidade. O veredicto no julgamento foi conhecido após quatro semanas de procedimentos que envolveram cerca de 50 testemunhas, algumas das quais vieram do Ruanda.
Muhayimana, que os investigadores dizem também ter escondido tutsis em risco de morte e ajudado alguns a escapar, fugiu após o genocídio e ganhou nacionalidade francesa em 2010. Durante o julgamento, o promotor tinha pedido 15 anos de prisão, descrevendo Muhayimana como "um oportunista" e acusando-o de contribuir para o genocídio "ao conduzir e transportar os assassinos durante três meses".
Muhayimana, que na altura era casado com uma mulher tutsi, negou as acusações. Cerca de 800 mil pessoas morreram entre abril e julho de 1994, quando o regime extremista hutu tentou exterminar a minoria tutsi do Ruanda, causando um dos maiores massacres do século XX. O julgamento de Muhayimana é o terceiro em França relacionado com o genocídio.
Nos anteriores, um capitão do exército foi condenado a 25 anos, e dois presidentes de câmara a prisão perpétua.