O presidente da COP26 (Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas), Alok Sharma, disse estar “profundamente frustrado” com as ações da Índia e da China e que os países terão de “se explicar para as nações pobres” depois de enfraquecer o acordo final feito em Glasgow, na Escócia.
Sharma disse ao jornal The Guardian que a Índia e a China terão de se explicar para “países vulneráveis às mudanças climáticas o porquê de terem feito o que fizeram“, no que diz respeito ao uso do carvão. Ambos os países pressionaram por mudanças que trocavam “eliminação” por “redução” do uso do carvão.
Segundo o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, a Conferência marcou o início “do fim do carvão” e que, pela 1ª vez, o evento tinha como objetivo cortar o uso de carvão, apesar do compromisso não ter um prazo determinado.
Sharma disse ter aceitado a proposta dos países por temer que ambos não aceitassem nenhum acordo. “Nós teríamos perdido 2 anos de trabalho duro, e teríamos acabado sem nada para mostrar para os países em desenvolvimento“, disse.
As nações concordaram em retornar no próximo ano para revisar as suas metas nacionais com o objetivo de manter o aumento da temperatura média global em 1,5ºC.
O enviado especial dos EUA para a Conferência, John Kerry, disse a jornalistas não ter apreciado a mudança no acordo, mas que levará a discussão para o próximo ano.
Enviados de países em desenvolvimento disseram ao The Guardian que o acordo não foi “perfeito“, mas que continha alguns bons elementos.
“Infelizmente, essa não foi uma boa Conferência para países em desenvolvimento. Foi uma Conferência de países desenvolvidos que refletiu os interesses de países desenvolvidos“, disse o diretor da instituição Power Shift Africa em Nairobi, Mohamed Adow.