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Após ser ameaçada com cortes, Universidade de Columbia cede a Trump

Presidente dos EUA, que acusou instituição de tolerar antissemitismo no campus, havia suspendido repasse de US$ 400 milhões até que instituição atendesse a demandas.

Publicada em 22/03/25 às 07:34h - 53 visualizações

DW Brasil


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Após ser ameaçada com cortes, Universidade de Columbia cede a Trump
Protestos pró-palestinos em universidades nos Estados Unidos estão na mira de Donald Trump  (Foto: Roy De La Cruz/Sipa/Sopa/picture alliance)
A Universidade de Columbia, uma das mais prestigiosas dos Estados Unidos, concordou em atender a uma série de demandas do presidente Donald Trump em troca da liberação de 400 milhões de dólares em verbas federais que haviam sido suspensas sob a justificativa de que a instituição estaria permitindo antissemitismo no campus.

A informação foi confirmada em um documento da universidade, divulgado horas antes de o prazo de uma semana dado pelo governo expirar. Trump critica a forma como a instituição de ensino superior tem lidado com os protestos contra Israel por causa da guerra na Faixa de Gaza, e ameaçava cortar totalmente os repasses de verba pública.

As demandas a serem atendidas incluem mudanças na política de gerenciamento de protestos dentro do campus, com o banimento de máscaras, a proibição de protestos em prédios da instituição e a autorização para remoção ou prisão de pessoas no campus por agentes de segurança.

A instituição também afirmou que reformará o Departamento para Estudos do Oriente Médio, do Sul da Ásia e da África (Mesaas) e nomeará um novo administrador encarregado de revisar o currículo do departamento e de outros programas de estudos regionais, além de contratar novos docentes para "garantir a diversidade intelectual".

As novas contratações devem abranger também o Instituto de Estudos de Israel e Judaísmo e a escola de assuntos internacionais, em um esforço para garantir "excelência e imparcialidade nos estudos sobre o Oriente Médio", segundo o memorando.

O governo americano havia condicionado a retomada dos repasses a uma intervenção da reitoria no Mesaas "por, no mínimo, cinco anos". Também exigiu um plano de reforma nos processos de admissão de graduandos e contratação de pessoal no exterior.

O caso alarmou professores da Columbia e de outras instituições. O temor é de que, ao se curvar aos ditames do governo, a universidade abra um precedente perigoso.

Críticos qualificam a pressão da Casa Branca como uma intromissão sem precedentes nos direitos das universidades, que tradicionalmente são considerados pela Suprema Corte como protegidos sob a Primeira Emenda, que trata da liberdade de expressão.

Casa Branca aperta cerco contra manifestantes pró-palestinos

Desde que voltou à Casa Branca, em 20 de janeiro, Trump já se voltou contra outras universidades, enquadrando protestos de estudantes, atletas transgênero e iniciativas para promoção de diversidade, equidade e inclusão.

A Casa Branca alertou ao menos 60 universidades de que elas podem vir a sofrer alguma retaliação em casos de antissemitismo que configurem violação a leis federais de proteção aos direitos civis.

Trump tem prometido deportar estudantes que participem de protestos anti-Israel.

Em 10 de março, agentes de imigração prenderam Mahmoud Khalil, um estudante da Escola de Assuntos Públicos e Internacionais da Universidade de Columbia e refugiado palestino criado na Síria.

Khalil, que detém um green card, foi acusado pelas autoridades americanas de apoiar o grupo palestino Hamas – que é considerado uma organização terrorista nos EUA, na União Europeia e em alguns países árabes.

O estudante atuou na linha de frente dos protestos em Columbia, e era um dos poucos ativistas que expunha seu rosto e não escondia sua identidade. Agora, ele corre o risco de ser deportado.




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