Cheguei nos anos 80 com treze anos. Ali, nasceu a popularidade do rock pop brasileiro e o começo do retorno da democracia.

O Brasil voltado para a industrialização que agonizava desde sempre e viu nos financiamentos e incentivos dos governos militares, a oportunidade de crescimento perene. A oposição a esse governo vendia greves e pintava um quadro apocalíptico para o Brasil.

O governo militar entregou o poder aos civis e o país decolou na onda do que ficou conhecido como paz e amor. Dali, a permissividade confundiu-se com a liberdade e a juventude rejeitou qualquer regra que os tornassem iguais. Todos lotearam sua individualidade, premiando seu comportamento social e a maneira de vestir-se e de se identificar na malha social.

A música mudou e, um belo dia, apareceu Titãs, Richie, Lulu Santos, a popularidade de Raul Seixas e Rita Lee para refazer tudo. George Michael, Culture Club, Scorpions, Simple Red, Dire Straits, o amadurecimento do Pink Floyd e a música mundial melhorou 1000%. Airton Sena trouxe uma identidade que o brasileiro havia perdido e, de repente, estávamos juntos, aos domingos, para extravasar nossa capacidade de fazer qualquer coisa. Somos os melhores do mundo em quase tudo. De foguetes, aviões e usinas nucleares a transplantes do coração, que somos pioneiros, até a indiferença pela fome e a miséria que impera nessa terra de mãe preta e pai João.

A desigualdade e o individualismo do nosso povo é uma marca da nossa fundação como nação. Gentes diversas nos comporam e a nossa pouca idade como um povo que se reconhece ainda é pouca. 525 anos não foram suficientes para firmar uma personalidade identitária de um povo miscigenado; chegaremos lá em alguns séculos.

Por agora, estamos em atrito político e ideológico procurando um caminho que nos livre da corrupção histórica e da impunidade. O crime nos ameaça todos os dias e amedronta o cidadão comum. Os diversos governos não conseguem resolver esse estado de coisas e seguimos assustados com a violência e o flagelo das drogas. 

Os grupos sociais procuram espaços para fazer valer direitos, enquanto a sociedade busca mais igualdade e liberdade. Alguns buscam o controle social com consequências drásticas já experimentadas por outras nações. A livre iniciativa que o capitalismo proporciona, ainda é a opção menos ruim.

A vida mudou pra pior, a música ficou péssima, o povo está desconfiado dos governos, o futuro prometido de ir pra Marte quando nem sequer conseguimos acabar com a fome. Pessoas morrem de fome enquanto você joga uma partida no vídeo game.

Precisamos praticar os valores judaico cristãos para amainar os ímpetos dos radicais. Deus, esperança no porvir, nos proteja sempre dos avanços do mal.

Uma sociedade mais cônscia dos direitos e deveres do indivíduo garante a liberdade de todos.

Hora de mudança, novos caminhos para a humanidade avançar.

José Irlando de Sampaio Morais 

Advogado cearense