Na última sexta-feira (26.01), o ministro Paulo Pimenta (PT), da Secretaria de Comunicação Social (SECOM) da Presidência da República, disse que as lives semanais de Lula (PT), direcionadas pelo ex-repórter da TV Globo Marcos Uchoa - filiado ao PCdoB -, não vão mais continuar. Pimenta deu uma declaração sem tempero à Veja dizendo que se trata de uma mudança na estratégia da comunicação oficial do presidente. Um eufemismo para dizer que as lives semanais de Lula são um verdadeiro fracasso de público que só conseguem juntar, a cada vez, de 2.000 a 3.000 pessoas. A última live presidencial de Lula foi no dia 19 de dezembro.
Domingo (28.01), às 19 h, iniciou-se uma live do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) com seus três filhos que têm cargos legislativos: o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-São Paulo) e o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). Denominada de Super Live, a transmissão ao vivo teve como finalidade lançar um projeto para as eleições municipais de 2024. A live ultrapassou 800 mil visualizações e na segunda-feira (29.01), no começo da tarde, já tinha ultrapassado 2,1 milhões de visualizações.
Perguntado sobre o que Lula poderia fazer para aumentar a audiência de suas lives, Bolsonaro foi direto: "Tem que falar a verdade". O ex-presidente disse que o atual deveria focar nas questões importantes do País em vez de focar na pessoa dele - Bolsonaro. "Fale sobre seu governo, em vez de ficar criticando Jair Bolsonaro. Parece até que, quando Lula vai dormir, em vez de falar 'eu te amo' para a mulher dele, ele fala 'Bolsonaro'. Aí a live brocha".
Essa preocupação de Lula em relação ao seu antagonista representa bem o pavor que o petista tem do ex-presidente. Esse pavor se concentra na popularidade de Bolsonaro nas aparições públicas, bem como no seu excelente desempenho nas redes sociais.
Quanto às aparições públicas de Bolsonaro, Lula não tem como evitar. Quanto às redes sociais, o foco é a censura. Nesse sentido, joga todo o peso na aprovação do PL que pretende censurar as redes sociais, universo onde não detém o controle, sob a capciosa argumentação de combater as fakes news.
Nos governos presidenciais anteriores, o lulopetismo tentou censurar a grande mídia com um PL para regular a imprensa. O Congresso Nacional rejeitou. A proposta então baixou para os estados nas Assembleias Legislativas.
No Ceará, tal projeto, assinado pela então deputada estadual Raquel Marques (PT), foi aprovado pela ALECE - parlamento cearense. Entretanto, o então governador Cid Gomes (PDT), depois de uma ampla repercussão negativa na imprensa e na opinião pública, vetou a Lei.
Hoje Lula e o PT são os patrões da grande mídia tradicional. É interessante ver uma Míriam Leitão fazer malabarismo para tentar convencer os espectadores da emissora do plim-plim que o aumento dos preços dos combustíveis é uma coisa boa. E assim caminha a TV Globo, provando para Lula que ele não precisa mais se preocupar em regular os grandes meios de comunicação tradicionais. O grande problema para o controle de massas do lulopetismo hoje são as redes sociais.
Campo fértil para a liberdade de comunicação, de opinião e de expressão, as redes sociais não podem ser compradas pelo governo Lula como a TV Globo foi comprada. Essa liberdade virtual é sinônimo de pluralismo e pluralismo é sinônimo de ausência de amarras, ou seja, tudo o que Lula e o PT não querem para seu projeto hegemônico de poder. Daí o PL das "fakes news", uma alcunha pejorativa que já é uma fake news na essência.
Regular é censurar, censurar é coibir, coibir é controlar. Mais uma vez o Estado sobre a liberdade coletiva e individual. Se os lulopetistas realmente estivessem preocupados com a democracia não espalhariam nem propagariam tantas mentiras como a de segunda-feira em que a Globo desinformou a um setor da população brasileira que a Policia Federal (PF) tinha apreendido um computador na casa do vereador Carlos Bolsonaro. A própria PF acabou desmentindo o factoide.
Em verdade, o PT e a esquerda querem inventar uma Marielle Franco por dia, mas desejam esconder o Celso Daniel por toda a eternidade temporal. A democracia deles, como bem disse Lula, é relativa. E, nessa relatividade, REGULAR é um verbo ideologizado movido a um único propósito: conduzir o rebanho marcado ao matadouro sem interferência de influências liberais ou libertárias.