Mohamed Irfaan Ali, presidente da Guiana, acusou o comportamento de Maduro de "imprudente" e "aventureiro" e disse que defenderá suas fronteiras. Para isso, contará com o apoio dos EUA.
O Exército brasileiro, por sua vez, enviou ontem 16 blindados Guaicuru para Roraima. O envio de 30 blindados estava planejada para 2024, mas com o acirramento do conflito de interesses entre Venezuela e Guiana, estimulado e protagonizado pelo ditador venezuelano, decidiu antecipar o envio de mais da metade para ajudar em possível combate caso Maduro queira invadir Essequibo pelo território do estado brasileiro, o que seria uma dupla violação internacional.
A Organização das Nações Unidas (ONU) já declarou que o governo Maduro não tome qualquer iniciativa de assalto e antes de uma decisão da organização. E os EUA já disseram que marcharão com a Guiana em defesa da integralidade do seu território.
Lula, embora amigo e defensor do ditador, disse não concordar com a anexação forçada da região. O petista bem sabe o que acontecerá caso o governo venezuelano tome essa abrupta iniciativa que deixaria o governo brasileiro em uma péssima situação. Olhado com desdém por seus laços com o Hamas e seu apoio enviesado à Rússia na guerra contra a Ucrânia, tudo o que o presidente brasileiro não quer, nesse momento, é um conflito armado na porta de casa, ainda mais quando precisará tomar partido em uma situação de saia justa: apoiar o amigo ou enfrentar o jugo internacional e a mira dos EUA.
Embora Maduro tenha cada vez mais se incumbido de propagar a anexação de Essequibo, há quem acredite que tudo não passa de um blefe, um jogo de cena visando as eleições de 2024. Maduro está enfraquecido e a anexação da região guianense é uma reivindicação que une a esquerda e a maior parte da direita da Venezuela.
Entretanto, o fato de menos de 50% participar de um referendo de um tema tão importante, é interpretado por muitos como a constatação do enfraquecimento de Maduro.
Caso tudo não passe de uma bravata, em pouco tempo a farsa se desfará. Isso poderá ser um golpe para o ditador venezuelano, pois ficará claro para os eleitores do país que tudo não passou de uma farsa teatral para frear e tentar reverter o desgaste do presidente.
Caso haja seja verdadeira a intenção de Maduro, teremos em breve mais um conflito regional para piorar a situação já delicada do planeta.