O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que as tropas israelenses ainda se preparavam para uma invasão terrestre total, enquanto os Estados Unidos e outros países instaram Israel a adiar a ofensiva, sob o temor de a ação desencadear hostilidades em outras frentes do Oriente Médio.
A agência das Nações Unidas para os refugiados palestinos, UNRWA, disse que poderá em breve ter de encerrar as operações em Gaza caso nenhum combustível chegue ao território governado pelo Hamas, em meio a uma necessidade desesperada de abrigo, água, alimentos e serviços médicos.
As Forças Armadas israelenses afirmam que o Hamas detém grandes reservas de combustível que poderiam ser utilizadas em hospitais.
Verificações excessivamente rigorosas em caminhões na passagem de Rafah, do Egito para Gaza, retardam o fluxo de ajuda humanitária ao território, disse a diretora executiva do Programa Mundial de Alimentos da ONU, Cindy McCain, em entrevista à Reuters.
"Precisamos de acesso seguro e irrestrito a Gaza para que possamos nos alimentar e garantir que as pessoas não morram de fome, porque é isso que está acontecendo", disse McCain.
Israel bombardeou a densamente povoada Faixa de Gaza após o ataque do Hamas, em 7 de Outubro, às comunidades israelenses. Segundo Israel, o Hamas matou cerca de 1.400 pessoas, incluindo crianças, e fez mais de 200 reféns, alguns deles crianças e idosos.
O Ministério da Saúde de Gaza afirmou nesta quinta-feira que 7.028 palestinos foram mortos nos ataques aéreos de retaliação, entre eles 2.913 crianças.
O Departamento de Estado dos EUA informou que Washington tem conhecimento de que um número significativo de pessoas morreu em Gaza, mas não tem confirmação independente dos números e não confia nos dados divulgados pelo Hamas.
As forças israelenses também afirmaram que os números do Hamas não são confiáveis, mas não forneceram a sua própria avaliação. O porta-voz do Ministério da Saúde de Gaza, Ashraf al-Qidra, rechaçou declarações questionando os números.
O ministério publicou nesta quinta-feira um documento de 212 páginas com nomes e números de identificação dos mais de 7.000 palestinos que afirma terem sido mortos nos bombardeios de Israel.
A rádio do Exército israelense disse que os militares realizaram durante a noite sua maior incursão no norte de Gaza na guerra.
"Tanques e infantaria atacaram numerosas células terroristas, infraestruturas e postos de lançamento de mísseis antitanque", afirmou.
Os palestinos disseram que os ataques aéreos israelenses atingiram o território novamente durante a noite e pessoas na região central de Gaza relataram intensos bombardeios de tanques durante toda a noite.
Governos do Ocidente e do Oriente Médio preocupam-se com o desenvolvimento de um conflito regional mais amplo.
Forças dos EUA foram atacadas mais de uma dúzia de vezes no Iraque e na Síria na semana passada pelo que Washington suspeita serem grupos apoiados pelo Irã. Israel e o Hezbollah, sediado no Líbano, trocaram tiros.
Os Estados Unidos enviaram navios de guerra e aviões de combate para a região desde 7 de outubro, e nesta quinta-feira o Pentágono disse que cerca de 900 soldados americanos chegaram ou estão indo ao Oriente Médio para reforçar as defesas aéreas das equipes norte-americanas.