Enquanto boa parcela dos padres e católicos continuem apoiando o presidente petista no Brasil, a ditadura de Daniel Ortega - amigo de longa data de Lula - assassina opositores, persegue, assassina e exila homossexuais e move uma implacável perseguição contra a Igreja Católica fechando rádios, controlando escolas e bloqueando contas das dioceses na Nicarágua.
Em agosto deste ano, Ortega deu o golpe fatal nos jesuítas, a exemplo do que já fez com outras ordens da Igreja Católica, dissolvendo a ordem e confiscando todos os seus bens, incluso na relação escolas e a Universidade Centro-Americana (UCA) que era controlada pelos jesuítas há mais de 60 anos.
Ortega, que já está no poder há 14 anos, ataca sistematicamente o clero católico e o qualifica como uma máfia.
Enquanto no Brasil Lula fica vendendo aos alienados uma falsa imagem de defensor da democracia, apoia Ortega - como apoia Nicolás Maduro, Miguel Díaz-Canel, Xi Jinping etc. - e suas ações criminosas que violam os direitos humanos. É a tal da "democracia relativa", termo inventando por Lula para dizer que as ditaduras genocidas são legítimas e representativas.
Na 53ª Assembleia Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), realizada nos dias 21 a 23 de junho deste ano, o governo brasileiro tentou livrar a ditadura de Ortega de uma nova condenação chamando os crimes do governo da esquerda nicaraguense de "supostos". O Brasil teve que amargar um manifesto de 50 dissidentes nicaraguenses que escreveram: "As propostas apresentadas pelo Brasil buscam questionar a brutalidade sem precedente aplicada pela ditadura Ortega-Murillo contra milhares de cidadãos". E continuaram: "Essas propostas ofendem os familiares dos mortos e todas as vítimas de repressão do Estado totalitário de Ortega e Murillo".
Apesar do esforço brasileiro, a pretensão de Lula foi frustrada pela resolução da Assembleia que reafirmou a posição ditatorial do governo do seu amiguinho centro-americano e suas ações contra os direitos humanos e as liberdades democráticas. Na resolução aprovada contra o governo nicaraguense, a OEA foi explícita: "Pedimos que pare toda violação dos direitos humanos e respeite os direitos civis e políticos, como as liberdades religiosas e o Estado de Direito".
Indiferentes à situação da Nicarágua, boa parte do clero e dos fiéis católicos brasileiros sofre de um duplo mal: é acometida pela Síndrome de Estocolmo, caracterizada pela afeição e pela fidelidade que as vítimas possuem em relação ao seu algoz, e pelo Transtorno Dissociativo de Identidade, caracterizado, dentre outras coisas, pela falta de identificação consigo mesmo.
Ortega destrói a Igreja Católica, Lula defende com todas as suas forças Ortega e uma boa parcela da Igreja Católica defende Lula. O circo está montado.
"Pai, perdoai-os porque eles não sabem o que fazem." (Lucas 23.24)