Denúncias contra a gestão do prefeito Glêdson Bezerra deram a tônica da Sessão Ordinária desta quinta-feira (23), na Câmara Municipal de Juazeiro do Norte. No Grande Expediente, vereadores – incluindo integrantes da base do governo – apontaram denúncias e fizeram questionamentos, sobretudo, nos contratos de locação de máquinas pesadas.
As denúncias começaram a ser levantadas pelo vereador Márcio Joias (União), que mostrou a realidade enfrentada pelos moradores do Bairro Frei Damião. O parlamentar apresentou imagens de ruas esburacas e tomadas pelo mato, além de relatos de moradores que alegam prejuízos ocasionados pela falta de reparos após as chuvas.
Os apontamentos do parlamentar despertaram novas denúncias durante a sessão, como a falta de um plano emergencial contra enchentes, bem como a escassez de veículos apropriados para execução de demandas emergenciais durante a quadra invernosa.
“Não tem uma licitação própria para trabalhar essas emergências. Se tiver uma chuva e ocasionar uma fissura grande numa avenida, o Município não tem [o veículo]. É tudo improvisado”, disse o vereador Capitão Vieira Neto (PTB). Conforme explicou o vereador, os serviços são executados por empresas que possuem contratos com secretarias municipais, como as secretarias de Meio Ambiente e Agricultura.
Integrantes da base do prefeito, os vereadores Rafael Cearense (Podemos) e Beto Primo (PSDB) também colaboraram com as discussões, inclusive, reforçando as denúncias apresentadas pelos vereadores que antecederam. Rafael, que é líder do prefeito na Câmara, disse que uma das empresas contratadas pela prefeitura não tem executado os serviços com regularidade.
“É necessário que a Semasp (Secretaria de Meio Ambiente) possa fiscalizar, dizer por que essas máquinas não estão atuando. Se ela ganhou [a licitação] por preço baixo e não quer operar, então tem que tomar as medidas legais”, afirmou o vereador.
Beto Primo, por sua vez, questionou os valores fixados em contratos de aluguel de veículos pesados. Segundo ele, os contratos possuem a mesma finalidade e equipamentos, porém, com valores muito divergentes. A locação mensal de uma retroescavadeira, por exemplo, custa cerca de R$ 15 mil para a Secretaria de Agricultura, R$ 18 mil para a empresa responsável pela coleta de lixo e, nas palavras do vereador, “não sai por menos de R$ 60 mil para a Secretaria de Meio Ambiente”.
“Prefeito, o senhor sabe disso?”, questionou. “Vá na secretaria, tome as rédeas, chame para o senhor a responsabilidade ou mande parar o pagamento. Isso é um roubo. Estão assaltando o dinheiro da população, o dinheiro de Juazeiro”, denunciou o parlamentar.