A editora Harper Collins censurou trechos “potencialmente ofensivos” de romances da escritora britânica Agatha Christie, notória por romances policiais, informou o jornal The Telegraph, no sábado 25.
Segundo a reportagem, a borracha politicamente correta passou em livros que tratam dos mistérios envolvendo os detetives Hercules Poirot e Miss Marple, dois personagens famosos, que aparecem em 12 obras escritas entre 1920 e 1976.
Há mudanças em partes da história que faziam referências a etnias, como descrições de personagens negros, judeus ou ciganos. A palavra “nativos” foi substituída por “local”, e houve cautela redobrada no uso da palavra “oriental”.
Na nova edição do romance Mistério no Caribe, de 1964, a Harper Collins tirou uma reflexão de Miss Marple, segundo a qual um funcionário do hotel tem “dentes brancos tão adoráveis”, sob o risco de incorrer em crime de racismo.
As mudanças nos livros de Agatha Christie fazem parte de um esforço das editoras para manterem autores antigos “relevantes para novos leitores”. Livros de Roald Dahl e Ian Fleming também já passaram por censuras semelhantes.
Tampouco Allan Kardec, referência para o espiritismo, escapou da censura do politicamente correto. Um grupo de esquerdistas relançou um livro de Kardec, pondo avisos em trechos considerados “racistas”.