Segundo o portal UOL Tab, o movimento começou em 28 de agosto de 2009, em uma postagem no fórum 4Chan. O termo tem base nas palavras "no", negação no inglês, e "fap", uma gíria relativa à masturbação.
Pouco tempo depois, o pensamento foi replicado em outras línguas e sites, ganhando sua primeira postagem em português três dias depois em um fórum do jogo Tíbia.
O NoFap, de acordo com o portal eCycle, é composto em maioria por homens heterossexuais, agregando, minoritariamente, uma parcela pequena de mulheres e membros da comunidade LGBTQIA+. Atualmente, porém, o NoFap suplantou a ideia de dieta para o mês, tornando-se um estilo de vida.
Com o crescimento da adesão ao NoFap, o estilo de vida motivou até a criação de um website (em inglês) em 2011, criado pelo empresário Alexander Rhodes. Os usuários podem, inclusive, acessar fóruns, artigos e aplicativos para "se curar de disfunções sexuais induzidas por pornografia, melhorar seus relacionamentos e, ultimamente, viver suas vidas de modo mais gratificante", como diz o próprio endereço.
Na página, os organizadores, porém, ressaltam que a ação não se trata de um movimento. "O fato é que os usuários do NoFap vêm aqui para melhorar a si mesmos, não para melhorar o mundo inteiro", dizem, acrescentando que os participantes de um movimento apoiam um ideal político, social ou moral comum, estando "longe de ser um movimento obstinado".
Embora não se considere antimasturbação, o site se refere ao processo de "recuperação do vício em pornografia" sobre a ideia de uma "reiniciação", que desafia os praticantes inclusive a se abster de relações sexuais por um período de tempo. Dessa forma, usuários poderiam se libertar tanto do vício quanto de problemas sexuais.
Além disso, o site não se diz religioso, não apoia legislação que restrinja criação ou consumo de pornografia e nem negador de sexo.
Em uma das seções, o site explica o vício em pornô, detalhando marcadores e sintomas — que podem ser físicos ou psicológicos — da disfunção. Os organizadores também listam motivos que fazem o gosto pelo pornô ser preferível ao "sexo primitivo", além de gatilhos, indicando a reiniciação como superação da questão.
Na página da reiniciação, o usuário é apresentado à abordagem prevista pelo site. Lá, há informações sobre desafios, com durações diferenciadas, contadores, modos e parâmetros acerca do processo. Os usuários podem, inclusive, ter acesso a dicas sobre abstenção de gatilhos e criação de novos hábitos.
O site possibilita, também, contato do praticante com outros usuários, suporte, acompanhamento e grupos de apoio mediante pagamento de planos personalizados. Os valores podem chegar a 120 dólares por mês (cerca de R$ 620, na cotação atual).
De acordo com o UOL Tab, mesmo sem estarem ligados ao site de Alexander Rhodes, jovens têm se juntado ao desafio contra masturbação e pornografia: o movimento reúne on-line centenas de garotos entre 15 e 25 anos de todo o Brasil.
Atualmente, jovens trocam experiências sobre as práticas a serem evitadas no Twitter, chegando a formar grupos em aplicativos de mensagens para lidar com o desafio, real na vida de muitos.
Dada a busca pelo movimento, o coletivo de desenvolvedores Metflix Lab criou uma extensão para navegadores da web com o intuito de ajudar quem decidir se aventurar pelo desafio.
A premissa é simples: "Uma mãozinha pra te ajudar a tirar a mão daí", diz o grupo. "Essa extensão vai te ajudar a não cair em tentação ao acessar alguns sites proibidos", acrescentam, frisando o cuidado, por parte do usuário, de permitir o uso da extensão em aba anônima.