Monarco é o mais antigo integrante da Velha Guarda da azul e branco de Madureira. Hildemar Diniz nasceu em Cavalcante, Zona Norte do Rio. Ainda menino, se mudou para Oswaldo Cruz, bairro de origem da Portela. Já naquela época, teve contato com os sambistas da escola e começou a compor sambas.
Não demorou muito para que o jovem, com suas letras e melodias chegasse à Majestade do Samba. Em 1950, com apenas 17 anos, chegou à Ala de Compositores da escola. O que ele não sabia é que esse seria o início de sua carreira como um dos maiores compositores do mundo do samba. Apesar da pouca idade, Monarco já participava ativamente da Ala de Compositores da agremiação.
Vinte anos após sua chegada na Azul e Branco de Oswaldo Cruz e Madureira, o compositor emplacou seu primeiro disco no ano de 1976. O álbum, que contou com a participação de Paulo da Portela, tem canções emblemáticas como “Glórias do Samba”, “O Quitandeiro” e “Lenço”.
Em 1980, ele lançou seu segundo disco “Terreiro”, que o levou a um de seus grandes sucessos que virou samba exaltação na Majestade do Samba, a canção “Passado de Glória” levou os portelenses ao delírio, se tornando um samba aclamado por toda comunidade.
Outra canção marcante deste mesmo álbum, é a “Homenagem à Velha Guarda”, em que fala sobre alguns grandes ícones da Azul e Branco de Oswaldo Cruz e Madureira, reverenciando os bairros abrangentes da escola e como o samba na Portela nasceu.
Com seis álbuns no mercado fonográfico e inúmeras participações com grandes nomes da música brasileira como, Marisa Monte, Paulinho da Viola, Martinho da Vila, Zeca Pagodinho e entre outros, o Baluarte da Portela deixa seu legado de mais de 70 anos na história do samba.
A Portela divulgou uma nota sobre a morte do seu baluarte:
“É com tristeza profunda que a Portela informa a morte de nosso Presidente de Honra, Monarco, aos 88 anos. O Mestre estava internado desde o mês de novembro no Hospital Federal Cardoso Fontes, em Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio, onde se internou para fazer uma cirurgia no intestino. Infelizmente, não resistiu à complicações. Ele deixa esposa, filho, netos e uma legião de fãs e admiradores. Por enquanto, não há informações sobre velório e enterro do corpo“.
Monarca! Poucos mereceram esse título com majestade do samba, do que o próprio. Que ele seja reverenciado, também no reino de Deus.