Também conhecida como esteatose hepática, essa doença pode evoluir para quadros graves, como cirrose e câncer.
Recentemente, um estudo de fase 2 trouxe uma luz no fim do túnel para os afetados por essa condição.
Publicado no renomado periódico científico JAMA, a pesquisa revelou que a aspirina, um medicamento amplamente conhecido por suas propriedades analgésicas e anti-inflamatórias, apresentou resultados promissores na redução da gordura no fígado.
Realizado pela equipe do Hospital Geral de Massachusetts, nos Estados Unidos, o estudo envolveu 80 pacientes, divididos em dois grupos: um recebendo uma dose baixa de aspirina (81 mg) diariamente e o outro, um placebo.
Após seis meses de acompanhamento, os resultados mostraram uma redução significativa no teor médio de gordura no fígado dos pacientes tratados com aspirina, em comparação com aqueles que receberam o placebo.
Além de seus efeitos anti-inflamatórios, o medicamento aspirina também influencia o metabolismo da gordura.
A dosagem utilizada provou ser segura e bem tolerada pelos participantes, o que reforça o potencial deste tratamento acessível e de baixo custo no combate à gordura no fígado, uma condição estimada atingir até um terço dos adultos nos Estados Unidos.
Os achados do estudo se estendem além da mera redução da gordura hepática. Análises adicionais indicaram que a aspirina também pode oferecer benefícios contra outras condições hepáticas, como inflamação e fibrose.
Segundo a hepatologista Tracey Simon, parte do time de pesquisa, vários exames não invasivos mostraram uma direção semelhante de benefício, favorecendo o tratamento com aspirina.
Apesar dos resultados animadores, os especialistas envolvidos no estudo são cautelosos. Eles ressaltam a necessidade de estudos adicionais para confirmar se o uso contínuo de aspirina pode efetivamente reduzir o risco de complicações a longo prazo associadas à gordura no fígado.
Enquanto aguardamos novas pesquisas, o tratamento desta condição continua a enfatizar a importância de uma alimentação saudável e da prática regular de exercícios físicos.
Esses achados, então, abrem caminho para novas abordagens terapêuticas e reafirmam a importância da pesquisa na busca por soluções eficazes para problemas de saúde pública.