Essa condição, que vem se tornando cada vez mais comum, pode evoluir para problemas graves como cirrose e câncer de fígado.
O estudo em questão teve condução dos pesquisadores do Hospital Geral de Massachusetts, nos Estados Unidos.
Os resultados promissores foram publicados no periódico JAMA e indicam que o uso da aspirina pode reduzir o acúmulo de gordura no fígado em 10,2% ao longo de seis meses.
Esse efeito positivo é atribuído à capacidade da aspirina de diminuir a inflamação e afetar o metabolismo das gorduras, o que pode ajudar a prevenir a progressão da doença para estágios mais graves.
O estudo foi um ensaio clínico de fase 2, randomizado, duplo-cego e controlado por placebo, considerado o padrão-ouro em pesquisa científica.
Participaram 80 pacientes com idades entre 18 e 70 anos, todos diagnosticados com doença hepática esteatótica associada à disfunção metabólica.
Metade dos participantes recebeu uma dose baixa de 81 mg de aspirina diariamente. Enquanto isso, a outra metade recebeu um placebo, ambos os grupos por um período de seis meses.
Os resultados mostraram que os pacientes que tomaram aspirina apresentaram uma redução de 10,2% no teor médio de gordura no fígado.
A segurança e a eficácia da aspirina foram bem avaliadas durante o estudo. A dosagem utilizada acabou sendo considerada segura e bem tolerada pelos participantes, sem relatos de efeitos adversos significativos.
De acordo com o gastroenterologista Andrew Chan, autor do estudo, a aspirina pode se tornar uma opção atraente e de baixo custo para prevenir complicações graves da esteatose hepática.
No entanto, Chan destaca que, apesar dos resultados promissores, ainda são necessários mais estudos para determinar se o uso contínuo da aspirina pode realmente reduzir o risco de complicações a longo prazo.
Além da redução da gordura no fígado, os pesquisadores também investigaram outros possíveis benefícios da aspirina para o órgão.
Análises adicionais mostraram que a aspirina pode ser benéfica para outras condições hepáticas. Exames não invasivos de sangue e de imagem indicaram melhorias em inflamação e fibrose hepática nos pacientes tratados com aspirina.
Vale destacar a importância de estudos adicionais para confirmar esses achados e para entender melhor os efeitos a longo prazo do uso da aspirina em condições hepáticas.
Enquanto os estudos continuam, o tratamento atual para a esteatose hepática permanece focado em mudanças no estilo de vida.
A adoção de uma alimentação saudável, a prática regular de atividade física e, em alguns casos, o uso de medicamentos específicos prescritos por um médico são as principais abordagens recomendadas.
A aspirina, embora promissora, ainda não é oficialmente parte do tratamento padrão para essa condição. Portanto, seu uso deve passar por um profissional de saúde até que mais evidências estejam disponíveis.