A Petrobras anunciou na noite de quarta-feira uma revisão em sua política de remuneração aos acionistas, estabelecendo um nível mais flexível de endividamento para o cálculo dos pagamentos, que deverão ocorrer trimestralmente.
A companhia disse em fato relevante que a medida vem após a antecipação do alcance de sua meta de endividamento bruto de menos de 60 bilhões de dólares --originalmente previsto para 2022, o objetivo foi atingido no terceiro trimestre deste ano.
A estatal afirmou que terá uma "flexibilidade em torno desse endividamento alvo", passando a adotar uma dívida bruta de 65 bilhões de dólares como parâmetro para o cálculo da remuneração a ser distribuída.
Segundo a petroleira, também foi estabelecida uma remuneração anual mínima de 4 bilhões de dólares para exercícios em que o preço médio do petróleo Brent supere os 40 dólares por barril, independente do nível de endividamento da empresa.
"Em caso de dívida bruta igual ou inferior a 65 bilhões de dólares e de resultado positivo acumulado..., a companhia deverá distribuir aos seus acionistas 60% da diferença entre o fluxo de caixa operacional e os investimentos", acrescentou a Petrobras.
A empresa também poderá pagar dividendos extraordinários que superem o mínimo legal obrigatório em "casos excepcionais", bem como distribuir dividendos extraordinários mesmo na hipótese de não verificação de lucro líquido.
A Petrobras havia anunciado na quarta-feira que prevê investir 68 bilhões de dólares entre 2022 e 2026, aumento expressivo em relação ao plano de negócios plurianual anterior, à medida que reforça aportes para ampliar a produção de petróleo no pré-sal.