Importadores chineses compraram de quatro a seis carregamentos de soja brasileira no início desta semana para embarque em outubro e novembro, um acordo incomum considerando o período de pico de exportação dos Estados Unidos nesses meses, disseram ontem (15) dois traders com conhecimento dos negócios.
Os acordos foram assinados em momento em que terminais de exportação ao longo da Costa do Golfo dos Estados Unidos, na Louisiana, o polo de transporte de grãos mais movimentado do país, têm buscado se recuperar de danos, inundações e quedas de energia causados pelo furacão Ida em 29 de agosto.
Comprar soja mais cara no Brasil reforça a percepção, entre os grandes importadores globais, de que atrasos no escoamento da oleaginosa norte-americana poderia perdurar até o pico da estação exportadora nos EUA.
A soja brasileira foi vendida a preços elevados de US$ 4,20 ou mais para os contratos futuros para novembro de Chicago, incluindo custo e frete, disseram duas fontes comerciais dos EUA.
Os exportadores de soja disseram que as compras do maior importador mundial provavelmente foram desencadeadas por preocupações de que a capacidade dos terminais do Golfo dos EUA permaneceria restrita no próximo mês.
“Não há ofertas no Golfo para outubro. As interrupções atrasaram tudo e ninguém quer vender outubro e aumentar sua dor”, disse um exportador de soja dos EUA que não quis se identificar.
O Departamento de Agricultura dos EUA anunciou hoje o cancelamento das vendas de exportação de soja dos EUA, totalizando 328 mil toneladas para a China e compradores não divulgados.
Os exportadores contatados pela Reuters não puderam confirmar os detalhes dos cancelamentos.