Ontem (18.12) à noite, os jornais noticiaram que o dólar havia alcançado a maior cotação da História no Brasil: R$ 6,2672. Acontece que a moeda estadunidense fechou a noite em R$ 6,2896 e, nesta madrugada (19.12), chegou a R$ 6,29.
No dia 29 de outubro, uma matéria da Veja Negócios já falava na grande alta do dólar no Brasil que chegou a R$ 5,76. E agora, o que dizer?
Petistas e jornalulistas culpam o mercado por um imaginável ataque especulativo, mas a verdade é que o mercado apenas se defende de uma incerteza quanto à política fiscal de um governo perdulário que é incapaz de cortar os próprios gastos astronômicos que só servem para sustentar a gula de um governo parasitário e seu séquito ávido de estatismo.
O resultado do aumento do dólar, que é a moeda usada nas transações econômicas internacionais, é o aumento da inflação, já que gera desvalorização do real impactando economicamente no poder de compra do povo brasileiro. Isso porque em quase tudo que comemos e bebemos e no transporte dessas mercadorias tem a presença do dólar, o que impacta o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) que mede a inflação do País.
A inflação já estaria galopando a passos largos se o Banco Central não interviesse com a alta de juros, uma medida anti-inflacionária que tem por efeito colateral o desaquecimento da política de créditos.
Em entrevista à página Money da CNN Brasil, no dia 17, Cristiane Quartaroli, economista-chefe do Ouribank, disse que a alta do dólar "Não tem impacto imediato na vida do cidadão. A taxa de câmbio mais pressionada impacta em preços de commodities, isso em alguma momento chega no preço ao consumidor, mas tem efeito de defasagem, não é imediato". Ou seja, o pior ainda está por vir.
Este pior, no entanto, não é nosso desejo. Mas é imperioso dizer que se a inflação estourar, o preço salgado dos alimentos e outros itens básicos terão como base a superficialidade de um governo que torra o dinheiro público através de uma postura deplorável que pode ser ilustrativamente sintetizada no sofá com controle remoto da primeira-dama do Brasil.