Segundo o Boletim Focus, publicado pelo Banco Central (BC) que hoje é o órgão que está fazendo de tudo para manter o controle inflacionário, a projeção da inflação é de 3,87% para este ano. Entretanto, as projeções dos órgãos responsáveis pela regulação da energia elétrica e pela administração da oferta dos serviços de água e esgoto preveem uma alta maior de suas faturas para os consumidores.
Em 2023, o aumento da tarifa de energia elétrica foi de 5,9%. Esperava-se, portanto, que este ano o reajuste fosse bem menor. Mas não é o que diz a Agência de Energia Elétrica (ANEEL) que prevê uma aumento médio de 5,6% nas contas dos contribuintes, chegando a alcançar 20% em alguns estados. E isso em um período em que as usinas hidrelétricas estão abastecidas sem precisar do apoio das termoelétricas. A volta do ICMS e o fim da desoneração para empresas de energia contribuirão para o aumento.
Já a Associação e o Sindicato das Concessionárias Privadas dos Serviços Públicos de Água e Esgoto (ABICON/SINDCON) preveem um aumento de até 18% nas faturas de água e esgoto, variando o valor também de estado para estado. O aumento do ICMS (a ser substituído pelo IBS), bem como do PIS e do Confins, fará as contas das residências e das empresas ficar mais gordas.
Como o aumento da energia elétrica contribui para o aumento da inflação, existe a possibilidade da projeção do BC ser menor do que o resultado final do balanço do ano. Mas como ninguém pode mais viver sem água potável e energia elétrica, vamos coçar os bolsos e economizar os couros de rato.