O Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou nesta terça-feira (12) que “respalda” as medidas de austeridade adotadas na Argentina pelo presidente ultraliberal Javier Milei e as considera “uma boa base”.
“Recebo com satisfação as medidas decisivas anunciadas” nesta terça por Milei e sua equipe “para abordar os importantes desafios econômicos da Argentina, um passo importante para a restauração da estabilidade e a reconstrução do potencial econômico do país”, escreveu a diretora-gerente do Fundo, Kristalina Georgieva, em mensagem na rede social X.
Apenas dois dias depois de sua posse, o presidente ultraliberal começou a usar a tesoura como disse que faria, convencido de que o país necessita de um tratamento de “choque” para superar a crise.
Seu ministro da Economia, Luis Caputo, começou desvalorizando a moeda em mais de 50%. Ademais, advertiu que o país sofre o risco de cair em “hiperinflação”.
O governo vai cortar os subsídios à energia e ao transporte, reduzir o número de ministérios, e paralisar as iniciativas de obras de infraestrutura financiadas com recursos públicos que ainda não tenham começado.
Decisões que parecem agradar ao FMI, com quem a Argentina deve saldar um empréstimo de 44 bilhões de dólares (cerca de R$ 217 bilhões, na cotação atual), em meio à sua pior crise econômica em duas décadas, com uma inflação de 140% e uma pobreza que alcança 40% da população.
“O pessoal técnico do FMI apoia as medidas anunciadas hoje pelo novo ministro da Economia da Argentina”, afirmou a diretora de comunicações do Fundo, Julie Kozack, em uma declaração transmitida aos meios de comunicação.
“Estas fortes ações iniciais apontam para melhorar significativamente as finanças públicas de uma maneira que proteja os mais vulneráveis da sociedade e para fortalecer o regime cambial”, acrescentou, ao ressaltar que o Fundo trabalhará “com celeridade” com as autoridades argentinas.
Segundo Kozack, a aplicação das medidas “vai contribuir para estabilizar a economia e para assentar as bases de um crescimento mais sustentável e liderado pelo setor privado”.
“Após os graves reveses em política econômica dos últimos meses, este novo pacote de medidas constitui uma boa base para prosseguir com as discussões encaminhadas para reconduzir o atual programa respaldado pelo Fundo”, afirmou a diretora de comunicações.