Ainda no primeiro dia de greve, os sindicatos de metroviários (Metrô) e ferroviários (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos - CPTM) decidiram, por 2.391 votos a 587, acabar com a greve recém iniciada. A assembleia aconteceu na noite de ontem (03.10).
A deliberação das categorias foi consequência da decisão do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo que determinou o funcionamento de 100% das frotas em horário de pico e 80% nos demais horários sob pena dos sindicatos serem multados em R$ 500 mil. Como ontem, no primeiro dia de greve, a determinação não foi respeitada, a Justiça dobrou o valor da multa.
Entretanto, mesmo votando o encerramento da greve, os grevistas, sob orientação dos sindicatos, decidiram ampliá-la até as 24 h desta quarta-feira (04.10), o que demonstra o seu caráter político e o desejo de prejudicar a população paulista para tentar queimar a imagem do governador Tarcísio de Freitas.
O principal objetivo da greve era protestar contra a privatização dos sistemas metroviário e ferroviário que faz parte do plano de governo de Tarcísio de Freitas. Entretanto, o fato de todas as linhas operadas pela inciativa privada terem funcionado no dia de ontem, fortalece, perante a opinião pública, a proposta de desestatização desses sistemas.
Tarcísio criticou o descumprimento da decisão judicial por parte dos sindicatos e afirmou ser "ilegal, abusiva e claramente política" a greve que estava em curso.
Neste ano, já é a segunda vez que metroviários e ferroviários entram em greve deixando milhões de paulistanos e moradores metropolitanos sem transporte.
Segundo a Associação Comercial de São Paulo (ACSP) que se baseou em estudo do seu Instituto de Economia Gastão Vidigal, o comércio da capital perdeu cerca de R$ 55 milhões com a greve de ontem.
Com prejuízos econômicos e trabalhadores sem transporte, a proposta de privatização do governo paulista ganha mais eco entre a população.